Em junho sairá uma diretiva europeia para proteger esta fonte de vida, tão importante como o ar e a água
Numa mão-cheia de terra escura podem estar milhares de bactérias e fungos. A sua presença significa um ecossistema vivo, solos saudáveis por onde a chuva se pode infiltrar para alimentar aquíferos, produzir alimentos, armazenar carbono, criar resiliência climática e gerar biodiversidade. Porém, a má gestão de solos, a poluição, a agricultura superintensiva, a urbanização excessiva e a erosão acentuada pelas alterações climáticas tornaram 60 a 70% dos solos europeus “não saudáveis”, segundo dados da Missão Solo, financiada pelo programa Horizonte Europa da União Europeia. E Portugal não foge a esta realidade, segundo vários especialistas contactados pelo Expresso.
Por cá, ainda não há dados sobre quantos solos vão deixar de ser produtivos ou de regular os ciclos da água e de carbono devido a esta degradação, mas sabe-se que “cerca de 60% têm pouca matéria orgânica e que se perdem 20 toneladas de solo por hectare por ano”, esclarece Teresa Pinto Correia, investigadora da Universidade de Évora. […]