O trânsito automóvel já circula no Itinerário Complementar (IC) 1, na zona da Mimosa, concelho de Santiago do Cacém (Setúbal), desde as 21:00, após os agricultores que hoje cortaram aquele estrada terem começado a desmobilizar.
“Desmobilizamos cerca das 21:00, mas ainda permanecem alguns tratores no local que devem sair durante a madrugada”, disse à agência Lusa José Miguel Contreiras, porta-voz do grupo de agricultores que hoje bloqueou o IC1 num protesto que juntou dezenas de manifestantes.
A via, na zona da Mimosa, esteve bloqueada, desde as 11:00, por cerca de 70 tratores e outros veículos agrícolas que percorreram o IC1 numa marcha lenta de agricultores oriundos dos concelhos de Ourique, Castro Verde, Aljustrel, Odemira, no distrito de Beja, e Santiago do Cacém (Setúbal).
“Saíram do local uns 40 tratores porque ainda tinham de percorrer grandes distâncias até às suas explorações, mas ainda permanecem pouco mais de 30” viaturas que deverão “sair durante a madrugada”, explicou.
Segundo José Miguel Contreiras, os agricultores decidiram “esperar pela resposta concreta do Governo” às suas reivindicações “para decidirem novas medidas e formas de luta”.
Os agricultores estiveram hoje na rua com os seus tratores, de norte a sul do país, reclamando a valorização do setor e condições justas, tal como tem acontecido em outros pontos da Europa.
O protesto, uma iniciativa do Movimento Civil de Agricultores de Portugal, decorreu um dia depois de o Governo ter anunciado um pacote de mais de 400 milhões de euros, destinado a mitigar o impacto provocado pela seca e a reforçar o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC).
O pacote abrange entre outras, medidas à produção, no valor de 200 milhões de euros, assegurando a cobertura das quebras de produção e a criação de uma linha de crédito de 50 milhões de euros, com taxa de juro zero.
Segundo um comunicado divulgado na quarta-feira pelo movimento, os agricultores reclamam o direito à alimentação adequada, condições justas e a valorização da atividade.