Os preços de bens e serviços agrícolas na União Europeia (UE) aumentaram 9,5% no primeiro trimestre do ano, face ao anterior, devido à guerra na Ucrânia, com Portugal a apresentar a segunda menor subida nos insumos (6,2%).
No primeiro trimestre de 2022, o preço médio dos bens e serviços atualmente consumidos na agricultura (ou seja, insumos não relacionados com o investimento) aumentou 9,5% em comparação com o quarto trimestre de 2021, sustentado por fortes aumentos nos fertilizantes e corretivos do solo (21,2%), energia e lubrificantes (17,4%) e alimentos para animais (9,2%).
De acordo com dados hoje divulgados pelo Eurostat, por outro lado, o preço médio dos bens agrícolas como um todo (produção) aumentou 6,0% na UE entre o quarto trimestre de 2021 e o primeiro de 2022.
Todos os Estados-membros registaram aumentos nos preços médios dos insumos não relacionados com investimento, mas os mais baixos registaram-se em Malta (4,7%), na Eslovénia e em Portugal (ambos 6,2%).
As maiores taxas de aumento do preço médio dos insumos foram observadas na Lituânia (24,5%), seguida da Letónia (18,9%) e da Eslováquia (14,6%).
O serviço estatístico da UE refere que a invasão da Ucrânia pela Rússia “tem perturbado significativamente os mercados agrícolas globais”, nomeadamente porque os dois países têm sido os maiores exportadores de cereais, como trigo e milho, oleaginosas (particularmente girassol) e fertilizantes.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
O bloqueio dos portos ucranianos pelas forças de Moscovo causou uma forte perturbação nas exportações deste país, nomeadamente de produtos agrícolas e adubos, para todo o mundo.