O setor agrícola é o primeiro a sentir os efeitos das alterações climáticas. E que não haja dúvidas: os agricultores garantem que já hoje notam as diferenças e têm a certeza de que esses impactos serão muito mais profundos no futuro, com o calor e, sobretudo, a falta de água no topo das preocupações. A adaptação é uma questão de sobrevivência. Com os cenários climáticos para as próximas décadas, nenhum agricultor conseguirá ser competitivo e ajudará a alimentar uma população crescente, se não mudar de métodos.
Essa adaptação já começou e passa por uma mistura de estratégias, que junta o melhor do passado e do futuro, além de uma utilização mais cuidada de um recurso cada vez mais escasso em Portugal. “O mais simples e interessante é o uso eficiente da água, com técnicas de agricultura de precisão, recorrendo-se a sondas no solo para se apurar as necessidades da planta, que depois recebe a água de que precisa, em vez do método tradicional de se abrir uma torneira durante três horas”, conta João Barroso, coordenador do Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo, um projeto desenvolvido pela Comissão Vitivinícola Regional Alentejana, com a participação da Universidade de Évora, que auxilia os produtores vitivinícolas a implementar soluções sustentáveis.
Lições do passado O setor do vinho tem estudado castas antigas, para conseguir identificar as mais resistentes ao calor e à seca
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