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– 08-08-2003 |
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Comunicado de ImprensaSobre Inc�ndios FlorestaisPortugal vive uma situa��o in�dita devido aos inc�ndios florestais que t�m assolado o país. O �ltimo quarto de s�culo o problema assumiu particular gravidade devido não s� � sua extensão, como � sua persist�ncia: desde 1980 (ano desde o qual possuimos registos organizados e sistem�ticos) arderam, até ao ano passado, uma média de 93.600 hectares, com um m�nimo de 22.434 ha e um máximo de 182.486 ha. Os �grandes� inc�ndios, ou seja aqueles que afectam mais de 100 ha, representam, no mesmo período (1980 � 2002), uma média anual de 147 ocorr�ncias (m�nimo de 29 e máximo de 275), respons�veis por arderem em média 63.467 ha por ano (máximo de 156.566 ha). Em s�ntese, neste período de 22 anos a média de área ardida por cada �grande inc�ndio� foi de 431 hectares. Este ano, por�m, a dimensão do flagelo mudou de escala, em todos os aspectos: áreas afectadas, grandeza alcan�ada por cada ocorr�ncia, consequ�ncias sociais e impacte ambiental. At� hoje estáo grosseiramente apurados 162.000 hectares percorridos por inc�ndios, dos quais 14.500 ha foram queimados na semana de 21 a 27 de Julho e 57.000 ha na semana de 28 de Julho a 3 de Agosto Nestas duas semanas, os �grandes� inc�ndios, em n�mero de 28, são j� respons�veis por cerca de 67.000 hectares queimados, representando uma área média de 5.785 hectares, sendo que o mais extenso alcanãou a dimensão de 34.000 hectares (teve in�cio no concelho de Proen�a-a-Nova e estendeu-se aos concelhos da Sert�, Oleiros e Castelo Branco). Ou seja, a área média por �grande inc�ndio� � mais de 13 vezes superior ao passado ! Note-se que estes valores são substancialmente diferentes dos que são apresentados no Relatério Semanal que hoje � publicado, e onde constam 98.000 hectares. A raz�o � que nesse Relatério ainda não estáo inclu�dos os grandes inc�ndios do Vale do Tejo (Abrantes e Chamusca) e do Alto Alentejo (Nisa, Gavi�o e Portalegre), por estarem ainda em curso os respectivos levantamentos pelos agentes do Corpo Nacional da Guarda Florestal. Entendemos, no entanto, prefer�vel sacrificar o rigor � oportunidade da informação. Os próximos relatérios semanais iráo reflectindo progressivamente melhores apuramentos, compatéveis com o rigor exigido pelo Sistema de Gestáo da Informação sobre Inc�ndios Florestais (SGIIF). As consequ�ncias destes inc�ndios t�m vindo a ser acompanhadas com ansiedade e amargura pelos portugueses e por todo o Mundo. Compete � DGF, totalmente solid�ria com este sofrimento, tratar o assunto no plano florestal. Os agentes da DGF (t�cnicos e Corpo Nacional da Guarda Florestal) e de outros organismos do Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, designadamente as Direc��es Regionais de Agricultura das zonas mais afectadas, estáo afincadamente empenhados no combate aos inc�ndios, em muitos casos extravasando os seus normais dom�nios de actividade, nomeadamente na decisão t�cnica de realiza��o de contra-fogos, apoiando os Coordenadores Distritais de Opera��es e Socoros (Protec��o Civil) e os bombeiros. A Pol�cia Florestal tem participado activamente não s� na vigil�ncia, como no apoio directo ao combate e na investiga��o das causas dos inc�ndios, no exerc�cio da sua compet�ncia de investiga��o criminal: recolha de ind�cios de prova, deten��o de presum�veis respons�veis, localiza��o de pessoas atingidas pelo fogo, e manuten��o do contacto com outras for�as no terreno, especialmente a Pol�cia Judici�ria, e com o CNOS (Centro Nacional de Opera��es e Socorro). Também os Sapadores Florestais, equipes profissionais a cargo de associa��es de produtores e organizações dos baldios, num total de 120 equipes activas (600 elementos equipados com viatura todo-o-terreno apetrechada com dep�sito de �gua, grupo motobomba, equipamento de primeira interven��o e ferramentas de rescaldo) estáo activamente a colaborar, especialmente no apoio aos rescaldos, vigil�ncia e primeira interven��o no combate. Cerca de 80% desta área continha povoamentos florestais, ou seja, eram ocupados por floresta (pinhais, montados, eucaliptais, carvalhais, etc.). Os preju�zos directos para os respectivos propriet�rios são, pois, enormes (oprtunamente apresentaremos uma estimativa). E a sua perda terá profundas implica��es na fileira florestal, especialmente no sector industrial de transforma��o do material lenhoso (serra��es, ind�strias de pasta de papel e de contraplacados e aglomerados, de corti�a, de resina). Por um lado, imediatamente se criar�o problemas por excesso de �oferta�, uma vez que quase todo o arvoredo queimado tem de ser rapidamente cortado; por outro lado, nos anos seguintes, está criado um problema de rarefac��o da �oferta� que pode pôr em causa a viabilidade de muitas unidades fabris. Sendo a fileira florestal respons�vel por mais de 3% do PIB e 10% do emprego industrial, bem se compreende o fort�ssimo impacte negativo que estes inc�ndios acarretam � economia do país. Também no plano ambiental as consequ�ncias são grav�ssimas. Algumas das mais importantes bacias hidrogr�ficas (Tejo e Z�zere) ficar�o largamente desprovidas do seu coberto vegetal, tanto arb�reo, como arbustivo e herb�ceo. Os solos, genericamente delgados, ficam expostos aos agentes naturais, em especial a chuva, do que decorrer� obrigatoriamente erosão. Esta será tanto mais grave quanto � certo que o relevo dominante tem declives muito acentuados. Tudo tem de ser feito, no dom�nio das boas pr�ticas da explora��o florestal, para que a explora��o do arvoredo (corte e extrac��o) sejam feitos de modo a não agravar ainda mais estes fen�menos. Mas Também h� que cuidar atempadamente de prevenir os efeitos que teráo sobre as popula��es as mais que prov�veis enxurradas, provocadas pela queda de grandes quantidades de precipita��o em curtos períodos de tempo, pr�prias das caracterásticas do nosso clima. A fauna cineg�tica e bravia foi brutalmente apanhada pelo fogo, e a que não morreu nos inc�ndios ficou sem áreas de alimenta��o e de ref�gio. Também a fauna do solo, essencial � vida deste e � transforma��o da matéria org�nica, sofreu uma dr�stica diminui��o, devido �s alt�ssimas temperaturas que os solos t�m atingido. A quantidade de emissões gasosas, com efeito directo na camada de ozono, � preocupante. Foram j� desnvolvidos os contactos a nível. ministerial com as organizações representativas do sector, quer da Produção, quer da Ind�stria, para se enfrentar, de formas cooperantes, as vast�ssimas tarefas que se seguem a esta vaga. A explora��o dos queimados, a rearboriza��o em novos moldes, e a valoriza��o da floresta não afectada, são imperativos. Apela-se a cada pessoa que seja activamente vigilante e participante, na certeza de que se imp�e submeter � Justi�a os respons�veis e travar os imprevidentes. Lembre-se que 34% dos inc�ndios cujas causas foram identificadas, t�m origem em imprevid�ncia (uso dofogo, ou seja queimadas, etc., e acidentes); e outros tantos são de origem incendi�ria. Vigie, e assegure-se que da sua ac��o não advenha nenhum azar. As condi��es meteorol�gicas dos próximos dias constituem alt�ssimo risco de inc�ndio ! DGF, 7 Agosto 03
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