A Adega de Ponte da Barca não é a cooperativa comum. Aposta na disrupção, sem esquecer a história e o património natural. E propõe programas para quem gosta de natureza, com vinhas e provas pelo meio.
Luís Fernandes nasceu em Ponte da Barca, viveu sempre em Arcos de Valdevez. Importante é o “território comum”, como faz questão de destacar. E a cultura, o vinho e as experiências de natureza fazem parte do património da região. Há 13 anos que começou com as visitas de jipe, inspirado por uma visita que fez, em Espanha, a uma povoação rural “muito bem organizada” no que respeita ao turismo e a trabalhar o território em rede.
Quando a Adega Cooperativa de Ponte da Barca e Arcos de Valdevez se aproximou mais do turismo, há uns oito anos, já a Eco4adventure de Luís fazia programas com a Comissão dos Vinhos Verdes. A aposta em programas que combinam experiência na natureza e prova de vinhos e de outros produtos regionais aconteceu naturalmente, com a percepção clara, da parte da Adega e dos parceiros, de que a região só tem a ganhar com o enoturismo.
Do rio às encostas, erguem-se as vinhas do vale do Lima
É do alto, do Castelo da Nóbrega, um pico onde outrora celtas e romanos terão contemplado paisagem, que melhor se percebe o verde que envolve Ponte da Barca e Arcos de Valdevez. E as vinhas, aqui e ali, complementam a paisagem.
Diogo Dantas trabalha com Luís. Começou há pouco tempo a guiar as visitas de jipe, mas cresceu a explorar estas terras. Vai à frente, quase a saltitar entre as pedras, numa ânsia de chegar ao topo. Primeiro, o panorama geral, com uma vista impressionante de 360 graus. Está lá tudo: o vale, o rio, a serra Amarela e todas as encostas e povoados que eles abrigam. E as vinhas, claro. “Gostava de mostrar às pessoas o que mostro aos meus amigos”, partilhou Diogo. O percurso teria sido mais reduzido, não fosse o entusiasmo de dar a ver outras perspectivas da paisagem. É mesmo assim que os passeios de jipe são planeados: com margem para explorar.
As vinhas acompanham o passeio e a paragem está pensada para a Quinta da Andorinha. Quando o senhor Carlos desceu do seu tractor, não se adivinhava o seu à-vontade com visitas, estrangeiros e jornalistas incluídos. “Tem vindo muita gente, mesmo”, conta. A Adega Cooperativa “já trouxe japoneses, russos e gente de toda a parte”.
Carlos trabalha ali há mais de 30 anos. Quando chegou à quinta, predominavam “o milho e o gado”, mas […]