A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) defendeu hoje que as opções políticas dos sucessivos governos são responsáveis pela falta de água no Algarve e no Alentejo e propôs um conjunto de medidas, como apoios face às perdas de produção.
“A crise que assola o Algarve (e o Alentejo), como a falta de água, materializa a ausência de obra e de política estratégica que priorize as populações e é especialmente grave numa região onde há décadas se previa esta situação. A crise em que está no Sul do país tem responsáveis: as opções políticas dos sucessivos governos”, apontou, em comunicado, a CNA.
Esta confederação destacou o “fracasso na execução do Plano Nacional de Regadios” e os cortes anunciados no abastecimento, com recurso a “artimanhas já habituais”.
Para a CNA, as restrições têm que ser transversais a todas as atividades económicas e equitativas, valorizando o que é essencial à vida das populações dessa região.
O Governo anunciou um conjunto de medidas para enfrentar a seca no Algarve e no Alentejo, como reduzir o consumo urbano na região em 15%, face ao ano anterior.
No que se refere ao abastecimento agrícola está previsto um corte de 50% no volume titulado para rega no perímetro hidroagrícola do Sotavento, uma redução de cerca de 40% no volume utilizado para rega a partir da albufeira do Funcho e uma quebra de 15% na captação de água subterrânea para rega.
A CNA notou que o corte no abastecimento pode ser uma “sentença de morte” para muitas explorações agrícolas.
Os agricultores propõem assim que as organizações de produtores sejam ouvidas nos diversos fóruns, nomeadamente na Comissão Permanente de Prevenção, Monitorização e Acompanhamento dos Efeitos da Seca.
Por outro lado, exige que seja garantida água de rega a todos os agricultores, apoios para a alimentação e abeberamento animal de emergência, bem como apoios modulados, plafonados e a fundo perdido pelas perdas de produção.
A CNA quer que, no que diz respeito à exploração agrícola, sejam totalmente financiadas medidas de apoio à instalação de equipamentos e infraestruturas de eficiência hídrica, ações de sensibilização para novas práticas e de gestão.
Esta confederação pede ainda que se avança com a obra para garantir água ao abastecimento das populações e para a agricultura e com planos de manutenção e recuperação dos sistemas de abastecimento e rega.