A seca severa e extrema, que afecta uma parte significativa do território português, está a ter um impacto tremendo na agricultura, nomeadamente na produção de cereais e na pecuária extensiva, com centenas de animais a serem abatidos por falta de alimentação. A Confederação dos Agricultores de Portugal fala num cenário de “grande dificuldade” e admite que, nalguns casos, se poderá ter um cenário de “desespero” nos próximos meses. Os agentes do sector criticam a ausência de resposta e de implementação de medidas do Governo.
Portugal debate-se de novo com o problema da seca. A situação é mais complicada este ano, pois vem na sequência de outros anos também marcados pela seca extrema e está a revelar-se muito penalizador para o sector da agricultura. A produção cerealífera e a pecuária extensiva estão a sofrer particularmente com a seca e vêm aí os meses de Verão.
“O pior está para vir, porque são os meses consecutivos com a necessidade de comprar alimento por causa do gado”, diz Luís Mira, o secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP): “É um cenário de grande dificuldade. Em alguns casos penso que se vai entrar num cenário de desespero nos próximos meses.”
A quebra na produção de cereais traduz-se num “impacto económico na cadeia e na produção devastador”, afirma ao NOVO José Palha, o presidente da Associação Nacional de Produtores de Proteaginosas, Oleaginosas e Cereais (ANPOC). Essa quebra reflecte-se em menos alimento disponível, nomeadamente para o gado. Sem alimento e sem água devido à seca, muitos produtores da área da pecuária estão a ser forçados a abaterem os animais.
Leia o artigo na íntegra na edição impressa do NOVO deste sábado, 27 de Maio.
O artigo foi publicado originalmente em NOVO Semanário.