A Comissão Europeia está a acompanhar de perto a situação da seca no sul da Europa, incluindo Portugal, e que considera “particularmente grave”, nomeadamente para os agricultores, disse hoje fonte europeia à Lusa.
“A seca severa no sul da Europa é particularmente preocupante, não apenas para os agricultores, mas também porque pode contribuir para a subida dos preços no consumidor, já muito elevados, se a produção da UE for significativamente inferior”, segundo a fonte europeia.
No domingo, a ministra da Agricultura e Alimentação, Maria do Céu Antunes, disse ter assinado o despacho que reconhece a situação de seca em 40% do território nacional, no sul do país.
Segundo a governante, o despacho foi assinado na sexta-feira depois de a tutela ter recebido os dados do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) a atestar “que nos últimos dois meses não houve chuva”, se registaram “três ondas de calor durante o mês de abril” e têm estado “temperaturas médias e máximas bem acima do normal”.
“Isso permite-nos, junto da Comissão Europeia, dizer que estamos em situação de seca”, informou Maria do Céu Antunes, no Fundão.
Bruxelas só pode atuar, nomeadamente reforçando apoios à agricultura, após a devida notificação por Lisboa.
A situação de seca meteorológica agravou-se em Portugal continental no mês de abril, estando 89% do território continental em seca, 34% da qual em seca severa e extrema, segundo o último boletim climatológico do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA.
Em um mês, a área em seca em Portugal continental quase duplicou em relação a março, quando era de 48%.
No fim do mês passado, 33,2% do território estava em seca moderada, 22% em seca fraca, 19,9% em seca severa, 14,1% em seca extrema e 10,8% normal.
Em abril do ano passado, todo o território de Portugal continental já estava em situação de seca, a maior parte em seca moderada (87,2%).