As autoridades quenianas suspenderam 27 funcionários públicos no âmbito de uma investigação sobre a disponibilização de cerca de mil toneladas de açúcar declarado impróprio para consumo, anunciou o diretor da Função Pública.
O carregamento de açúcar foi importado para o país em 2018 e declarado expirado e “impróprio para consumo humano” pelo Gabinete de Certificação do Quénia (KEBS), e era suposto ter sido convertido em etanol industrial.
Em vez disso, foi “irregularmente desviado e libertado fora de qualquer procedimento” num ato “criminoso”, disse na quarta-feira à noite o diretor dos Serviços Públicos, Felix Koskei, que é também o chefe de gabinete do Presidente, William Ruto.
Segundo o jornal The Nation, o carregamento de 20.000 sacos de açúcar, avaliado em mais de 160 milhões de xelins (1,08 milhões de euros), foi vendido a um comerciante, que o reembalou e revendeu.
“É evidente que alguns funcionários das agências em causa abdicaram das suas responsabilidades, arriscando o embaraço público”, afirmou Koskei, anunciando a sua suspensão durante as investigações.
Entre os funcionários sancionados encontram-se trabalhadores da KEBS, incluindo o seu diretor, Bernard Njiraini, a autoridade fiscal, a polícia e a Agência para a Alimentação e Agricultura.
O Quénia está a sofrer um aumento acentuado do custo de vida, especialmente no que se refere à alimentação.
O preço de retalho do açúcar acaba de aumentar cerca de 30% num mês, para mais de 200 xelins (cerca de 1,30 euros) o quilograma, segundo os meios de comunicação social locais.
O Governo está a considerar a introdução de um novo imposto sobre o açúcar produzido localmente, entre outras coisas, como parte de uma nova lei das finanças destinada a aumentar as suas receitas fiscais.