Os protestos dos agricultores franceses estão a espalhar-se pelo país e poderão atingir todos os departamentos, afirmou hoje o principal sindicato do setor em França.
“Todos os departamentos vão entrar em ação”, alertou o presidente da Federação Nacional dos Sindicatos dos Operadores Agrícolas (FNSEA), Arnaud Rousseau, numa entrevista à rádio France Info.
Rousseau garantiu que “o objetivo não é incomodar os franceses”, mas “encontrar soluções para a agricultura” no país, sublinhando que a determinação dos agricultores “é total”.
Questionado sobre as tentativas da oposição política de capitalizar os protestos, o dirigente sindical respondeu que “vão votar em quem quiserem nas eleições europeias” de 09 de junho, sublinhando que procuram “respostas concretas” para os problemas no setor.
“Não estamos aqui para fazer política, mas para defender a nossa profissão”, acrescentou.
Hoje, os pontos de bloqueio de estradas por agricultores, em muitos casos com os seus tratores, aumentaram ainda mais em França. Durante a manhã, havia autoestradas totalmente ou parcialmente bloqueadas, como a A63 em Bayonne, a A64 em Pau e Toulouse, a M6 e a A47 em torno de Lyon, a A7 entre Orange e Montélimar, a A49 entre Valence e Grenoble ou a A62 em Agen.
Durante os protestos, que duram há meses, já morreram duas pessoas.
O primeiro-ministro, Gabriel Attal, que recebeu na segunda e terça-feira os dirigentes dos principais sindicatos agrícolas, comprometeu-se a examinar em profundidade as reivindicações dos agricultores e a dar uma primeira resposta na sexta-feira.
A FNSEA, que convocou uma reunião do seu conselho de administração, vai apresentar na tarde de hoje “cerca de 40 ” reivindicações.
Entre as exigências estão a manutenção das isenções fiscais para o diesel agrícola, a redução da burocracia e dos controlos aos quais os agricultores estão sujeitos. Também mudanças nas políticas europeias para evitar importações de alimentos que tenham vantagens competitivas na produção.