Na matriz Predial estão inscritos cerca de 11,5 milhões de prédios rústicos e no Registo Predial apenas figuram 50% destes, atestando a irrelevância económica que a propriedade rústica assumiu para os seus titulares.
Portugal está a entrar na época do ano dominada por incêndios florestais e por intervenções televisivas, repetitivas e enfadonhas, contra a plantação de eucaliptos. Entre as percas vividas, e pagas, por milhares de proprietários florestais e os delírios de quem nunca investiu um cêntimo na plantação de nada, vai a distância entre dois mundos que se vão afastando cada vez mais.
Ora, as várias questões que estão na origem da situação que vivemos arrastam-se há mais de um século e vêm prosseguindo. O progressivo abandono do mundo rural, a dimensão da propriedade, a ausência de capital que permita compensações monetárias (tornas) aquando das partilhas, e a progressiva diminuição da rentabilidade da propriedade rústica.
Quando, nos anos cinquenta do século passado, a agricultura começou a assegurar uma cada vez mais magra subsistência aos pequenos proprietários rurais, todos estes problemas se agravaram com a emigração […]