São seis as empresas agraciadas com os galardões do Prémio Nacional de Agricultura, a que se juntam ainda duas menções honrosas. Júri teve “dificuldade” em eleger vencedores pela qualidade das candidaturas desta 11ª edição.
Resiliência foi uma das palavras mais utilizadas para descrever os agricultores portugueses durante a cerimónia do Prémio Nacional de Agricultura. O embate da pandemia, as consequências da guerra no aumento de custos de produção e a crise inflacionária são três dos desafios que se colocam a um setor que, apesar das dificuldades, continua a dar cartas. Na 11ª edição dos galardões organizados pelo BPI e pela Cofina, com apoio do Ministério da Agricultura e da PwC, foram distinguidas oito empresas num total de cinco categorias.
A qualidade das 1.320 candidaturas recebidas pelo júri dificultou a seleção dos melhores projetos e motivou, em duas categorias, a atribuição de mais de um prémio e a distinção com menções honrosas. “Os projetos que nos chegaram mostraram uma maturidade muito interessante”, apontou Pedro Barreto, administrador do BPI, que destacou a “dificuldade” sentida na eleição de apenas um vencedor.
Em cada um dos aspirantes a vencedores foram avaliados critérios de boas práticas em vários domínios, desde o desempenho económico e a estratégia do negócio, às certificações ou atividades de investigação e desenvolvimento. Foram ainda tidos em conta parâmetros de responsabilidade social e ambiental. Entre os prémios atribuídos às empresas, contaram-se, nesta edição, cinco categorias: Jovens Agricultores, Empresários em Nome Individual, Agricultura Digital, Agricultura Exportadora e Agricultura Sustentável.
Jovens e empreendedores
Cerca de 55% dos agricultores em Portugal têm mais de 65 anos, um desafio a que se junta uma taxa de rejuvenescimento de 3,9%, abaixo da média europeia fixada em 10%. O Prémio Jovens Agricultores é, por isso, uma forma de reconhecer a capacidade das novas gerações que estão a desbravar caminho no setor. É o caso de Luís Salvado Oliveira, do projeto Frutas de Qualidade, que mereceu uma menção honrosa nesta categoria pelo trabalho que desenvolve desde 2018 na produção de amêndoa, ameixa, pera e nectarina.
“Neste momento, temos cerca de 49 hectares plantados. Estamos a investir em novas tecnologias de agricultura e vamos adquirir um drone de pulverização”, explica Sílvia Lino, administrativa na empresa. Hoje com um volume de negócios superior a 50 mil euros, o negócio de Luís Salvado Oliveira teve início com apoios do PDR 2020 e pretende, num futuro próximo, alargar o investimento à produção de maçãs e cerejas. “Queremos produzir cada vez mais fruta de qualidade”, reforça Sílvia Lino.
O grande vencedor, porém, foi Joel Mateus. O jovem estudou na Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Abrantes, mas foi nos campos cultivados pela mãe que encontrou forma de aplicar a aprendizagem adquirida ao […]