O Plano de Defesa da Floresta contra Incêndios de Estarreja tem como metas reduzir em cerca de um terço a área ardida e o número de ocorrências até 2031 (PMDFCI), segundo divulgou hoje fonte municipal.
O plano, que entrou na terça-feira em vigor, estabelece a estratégia municipal de defesa da floresta contra incêndios “ao nível de prevenção, sensibilização, vigilância, deteção e supressão”.
Considerando como referência a média anual entre 2009 e 2020 de 63 ocorrências, o plano prevê uma redução gradual do número de ocorrências até atingir menos de 25 no ano de 2031.
Já quanto à área ardida, a referência tomada são 61 hectares anuais, valor que foi registado em 2021, sendo a meta fixada vir a ter menos de 20 hectares anuais, até 2031.
O documento retrata a floresta daquele concelho do distrito de Aveiro, em que a espécie florestal predominante é o eucalipto, ocupando 85% da área florestal, caracterizada pelo regime de propriedade em minifúndio, “em que muitas vezes não são conhecidos os proprietários florestais”.
Relativamente à distribuição anual da área ardida e número de ocorrências para o período temporal 2009-2020, no concelho de Estarreja, foram registadas 750 ocorrências a que correspondeu um total de 728.85 hectares de área ardida.
O ano de 2011 registou o maior número de ocorrências (139) e o ano 2016 a maior área ardida (425,10 hectares) e, com exceção de 2016 e 2011, todos os outros anos ficaram abaixo dos 80 hectares de área ardida anual.
As queimas e queimadas ilegais são uma das causas identificadas dos incêndios ocorridos, sendo que no último ano foram levantados pelo GNR 17 autos.
No que respeita à fiscalização, o Plano sugere um reforço das equipas de vigilância e recomenda, em concreto, uma maior fiscalização na parte Oeste da freguesia de Avanca, “onde se tem registado um número considerável de ocorrências”.
Quanto ainda à vigilância é referido que a quase totalidade do concelho de Estarreja “é visível a partir dos postos de vigia fixos localizados nos concelhos vizinhos”, exceção feita a algumas áreas que não são visíveis predominantemente na parte nascente do município, pelo que é recomendado que seja aí intensificada a vigilância móvel.
Criar e manter redes de faixas de gestão de combustíveis, intervindo prioritariamente nas zonas com maior vulnerabilidade aos incêndios rurais são ações previstas, bem como manter a rede viária florestal operacional, e melhorar a rede de pontos de água, nomeadamente com novas bocas de incêndio a instalar em Avança, Canelas e Fermelã.
O Plano prevê desenvolver programas de sensibilização ao nível local e junto da comunidade escolar.
Ao nível do combate às chamas é referido que a maior parte do território encontra-se com cobertura de potencial tempo de chegada até aos 10 minutos, havendo algumas zonas pontuais onde o tempo de chegada pode alcançar os 20 minutos, designadamente na parte nascente da União das freguesias de Canelas e Fermelã.