A pitaia é uma cactácea trepadeira que pertence aos géneros Hylocereus, caso se trate da pitaia vermelha, e Selenicereus, no da pitaia amarela.
É oriunda da Guatemala, no entanto, o seu cultivo expandiu-se para outras regiões tropicais e subtropicais, como América Central, Antilhas, Israel, Equador, Perú, Vietnam, Taiwan, China e Estados Unidos da América.
No solo, o sistema radicular é constituído por raízes adventícias compridas, delgadas e ramificadas, que se distribuem superficialmente no solo, mas que podem atingir os 15 cm de profundidade. A pitaia também desenvolve raízes de sustentação, que aparecem ao longo dos cladódios e que servem para fixar estas estruturas ao tutor e absorver água e nutrientes.
O fruto da pitaia é uma baga de tamanho médio e formato variável, cuja massa varia entre os 200 gramas e 1 quilo. A casca apresenta escamas foliares e a sua cor, de acordo com a variedade, pode exibir várias tonalidades, desde o amarelo até ao vermelho-púrpura. A pitaia amarela possui espinhos nos frutos, que são facilmente removidos quando a fruta amadurece. A polpa pode ser de cor branca ou vermelha. As sementes são de pequeno tamanho e encontram-se distribuídas pela polpa.
Os cladódios da pitaia são carnudos, suculentos e de tamanho e cor variáveis. Geralmente, apresentam forma triangular.
As pitaias apresentam flores hermafroditas, grandes, aromáticas e brancas, com numerosos estames, arranjados em duas fileiras ao redor do pistilo. De modo geral, o estigma é mais elevado que as anteras. O pólen é de cor amarela e abundante. A coloração das sépalas é variável com a espécie, podendo ser esverdeada ou apresentar os ápices avermelhados. A abertura das flores ocorre ao final do dia e só uma vez.
No que diz respeito à polinização, em algumas variedades de pitaias, as flores são auto incompatíveis, como na variedade Hylocereus undatus, necessitando de outras flores de pitaia para que ocorra a polinização cruzada. No entanto, na pitaia amarela (Seleniereus megalanthus) ocorre a autopolinização.
No Arquipélago da Madeira, as épocas de floração e de frutificação da pitaia decorrem de meados de maio a novembro e, como não são conhecidos polinizadores noturnos, recomenda-se a polinização manual, de modo a aumentar a taxa de fecundação e a obtenção de frutos de maior calibre.
Esta prática consiste na colocação de pólen previamente colhido de flores de diferentes plantas/variedades de pitaia e a colocação desse pólen no estigma da flor a polinizar. De um modo sucinto, deve-se passar um pincel fino nos estames das flores, de forma a recolher o pólen para um recipiente. Seguidamente, transfere-se com o pincel o pólen colhido para o estigma de outras flores. É recomendável que sejam polinizadas espécies de polpa branca com pólen de polpa vermelha e vice-versa.
O tempo que decorre desde a polinização até à colheita do fruto difere entre os géneros de pitaia. No caso da pitaia vermelha, é de 30 dias, ao passo que na pitaia amarela é necessário que transcorram 120 dias para realizar a colheita.
Os frutos da pitaia não são climatéricos, por isso devem ser colhidos em altura própria. Na prática, o amadurecimento fisiológico do fruto pode ser determinado quando a casca da fruta perde o brilho e mostra-se suave quando pressionada manualmente.
A pitaia tem diversas utilizações. Do ponto de vista medicinal, a pitaia é utilizada como laxante, tem ação vermífuga e funciona como tónico cardíaco e nervoso, além de ajudar no bom funcionamento do estômago e dos intestinos. Possui ainda elevados conteúdos de antocianina, uma substância antioxidante com inúmeros benefícios para a saúde. Todas estas propriedades tornam esta fruta muito apetecível para a indústria farmacêutica.
O suco concentrado dos cladódios pode ser usado no fabrico de sabão. O corante vermelho dos frutos pode ser empregue na elaboração de gelados e sorvetes, assim como na indústria têxtil. A casca do fruto pode ser usada como forragem devido ao alto conteúdo proteico.
Artigo publicado originalmente em DICAs.