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– 19-01-2003 |
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Pescas : Barco de 500 toneladas em rota de colisão com sindicato pode implodirLisboa, 18 Jan Na última semana, durante tr�s dias, na Docapesca em Lisboa, o "Praia de Buarcos descarregou 210 toneladas de peixe, resultados de tr�s meses de faina ao largo de Angola. Ali�s, na Docapesca era o único barco a descarregar. No entanto, segundo o armador, � bem poss�vel que tenha sido a última vez. Envolvido numa "guerra de acusa��es" com o presidente do Sindicato Livre dos Pescadores, Joaquim Pil�, o navio contrata pescadores � linha no Senegal e são eles que, durante cerca de tr�s meses, pescam em pirogas e vivem no barco. Cheios os por�es, o "Praia de Buarcos" regressa a Lisboa, �s vezes com 300 toneladas de peixe e j� tendo mandado mais 100 por navios de transporte. Todo congelado, evidentemente. Joaquim Pil� acusa Eus�bio Gai�o, um dos donos do "Praia de Buarcos", de impor aut�nticas condi��es de escravatura aos pescadores que contrata no Senegal e paga miseravelmente. E mais, diz que o "Praia de Buarcos" e a empresa propriet�ria, a "Alfapesca", não oferecem o m�nimo de condi��es quer � tripula��o portuguesa quer aos cerca de 200 pescadores que embarca em Dacar ou S. Lu�s, no Senegal, como falta de condi��es m�nimas de habitabilidade, higiene e segurança. O navio sai normalmente de Portugal com uma tripula��o de 16/17 homens, que levam o pesqueiro até S. Lu�s ou Dacar, a primeira uma cidade a norte de Dacar e a segunda a capital do Senegal. A� o "Praia de Buarcos" faz entrar a bordo cerca de 200 pescadores e várias pirogas com motor fora de bordo, que transporta depois para o largo de Angola, onde fica quase tr�s meses a pescar. Essa arte cabe aos senegaleses, que pescam � linha durante o dia inteiro nas pirogas (cada uma tem cinco pessoas e apanha 200 a 300 quilos de peixe) e dormem � r� do navio, numa estrutura falsa ali montada para o efeito. Agora em Lisboa, Eus�bio Gai�o mostrou o navio � Agência Lusa, admitindo que sendo o barco de 1968 não terá as melhores condi��es, mas adiantando no entanto que todas as inspec��es estáo em ordem e que todas as leis são escrupulosamente cumpridas. Ali�s, acrescenta, não tem nada de ilegal a forma de apanhar o peixe, sendo s� especial por ser o único barco em Portugal que o faz. A vantagem da pesca ao anzol � que o peixe não � danificado e � seleccionado, ao contrário da pesca � rede, que "apanha tudo", garante Eus�bio Gai�o. Em cada dia de faina o peixe � arranjado (esviscerado) e congelado no por�o, devidamente catalogado e arrumado em caixas de 25 quilos. são garoupas, neros, pargos, corvinas… "O ‘Praia de Buarcos’ � o barco que mete mais peixe de escama em Portugal", diz Eus�bio Gai�o, lamentando que talvez não fa�a mais nenhuma viagem, tendo em conta a vontade que o seu s�cio tem de o mandar abater, o que renderia um milh�o de euros. Nas suas palavras nem � o lucro que o move. At� porque cada viagem do "Praia de Buarcos" custa pelo menos 500 mil euros, para um lucro de venda do peixe de 600 mil euros. "S� em gas�leo gastamos 30 mil contos", diz o armador. Ali, conta, � tudo em grande: sete toneladas de arroz, 2,5 toneladas de a��car, 120 quilos de piri-piri (para os senegaleses), 22 mil "baguetes"… Cada pescador recebe 350 euros (70 contos) e um escudo por quilo de pescado, uma "mis�ria" segundo Pil�, "razo�vel" nas palavras de Gai�o. "Tenho pescadores comigo h� sete anos", argumenta o armador, acrescentando que se o ordenado e as condi��es a bordo fossem assim t�o m�s isso não aconteceria. Gai�o fala com pena da eventualidade de o navio ir para abate. Como pena Também dever�o ter os compradores do seu peixe. Porque a corvina que lhes vende a 7,5 euros o quilo aparece depois ao consumidor final a mais do dobro.
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