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– 05-08-2002 |
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Pescar em Cabo Verde, mas com cuidado – advertem investigadores de PortugalCidade da Praia, 04 Ago Pedro Monteiro e Daniel Ribeiro, que nas últimas duas semanas tem desenvolvido estudos subaqu�ticos integrados numa expedição proveniente de Portugal, chamam a aten��o para a necessidade de se avan�ar com um estudo exaustivo das exist�ncias. Na sua opini�o, seria mais aconselh�vel apostar na explora��o tur�stica das belezas submarinas, dada a grande diversidade de especies, do que numa pesca intensiva, ou numa explora��o mais moderada conciliada com o denominado turismo de natureza. Na opini�o de Daniel Ribeiro, a boa localiza��o geogr�fica do arquip�lago cabo-verdiano, que exigem escassas horas de voo a partir da Europa, � um potencial que poder� ser explorado para o turismo de mergulho, de elevado poder econ�mico, a exemplo do que sucede nas ilhas Maldivas ou no Mar Vermelho. Os dois investigadores, que teráa-feira regressam a Portugal depois de um trabalho iniciado nos mares de Cabo Verde a 26 de Julho, fazem parte de um grupo universit�rio que tem estudado a biodiversidade no Algarve, na vertente de pesca e da selectividade das artes de pesca. Em Cabo Verde Pedro Monteiro e Daniel Ribeiro tem realizado o censos visual das especies, procedido � sua identifica��o, e realizado recolhas dos exemplares que suscitam d�vidas, para posterior classifica��o. Pedro Monteiro confessou � Agência Lusa que a integra��o nesta expedição da Associa��o Atl�ntico Selvagem, de Portugal, lhe suscitou um interesse acrescido pelo facto de ter nascido em Cabo Verde. Daniel Ribeiro, licenciado em Portugal, desenvolveu um trabalho acad�mico no Instituto Superior de Ci�ncias do Mar (ISECMAR) de S. Vicente. "H� uma grande diversidade. Encontramos diferen�as muito grandes entre os locais que visitamos. No Pico do Noroeste (zona de Santo Ant�o), especialmente especies pel�gicas de grandes dimens�es. Nas �guas mais costeiras maior diversidade de especies, mais ligadas aos fundos", referiu o investigador de origem cabo-verdiana. Os mergulhos de inventaria��o das especies, além de Santo Ant�o, foram realizadas em zonas costeiras da Boavista e no Banco Jo�o Valente, que dista 30 milhas desta ilha. "O que encontramos � mais diverso que abundante. Acredito que se houvesse uma pesca intensiva como em Portugal e noutros países desenvolvidos rapidamente se iria dar cabo daquilo que h�", referiu � agência Lusa Pedro Monteiro. No seu entendimento, "se se quiser pescar com muita intensidade terá de ser com muita cautela. está em causa um ecossistema demasiado fr�gil". "Eu penso que as potencialidades de Cabo Verde ao nível. da fauna mar�tima deveriam ser mais para aproveitamento tur�stico, de mergulho", considerou. No entendimento do investigador Pedro Monteiro, se se optar por uma pesca intensiva corre-se o risco de extin��o comercial de especies, como aconteceu nomeadamente na Noruega com o bacalhau. Enquanto a pesca se faz de forma artesanal, muitas vezes em pequenos botes e � linha, não h� o risco de isso acontecer, frisaram os investigadores. Daniel Ribeiro, sugere a criação de reservas, locais indicados para a realiza��o de mergulhos de observa��o e renova��o de stocks, a par de estudos exaustivos sobre as exist�ncias, e de uma pesca controlada. Real�a que não � caracterástico das zonas tropicais a exist�ncia de grandes biomassas, mas uma grande diversidade. E isso verifica-se particularmente em arquip�lagos, como Cabo Verde, em que a plataforma continental � reduzida e não existem grandes quantidades de nutrientes para a cadeia alimentar das especies. Essa grande diversidade dos mares de Cabo Verde permite a um aficionado observar em apenas um mergulho mantas, tubar�es e baleias, além de uma grande diversidade de pequenas especies, salienta Daniel Ribeiro. Durante a desloca��o a Cabo Verde os dois investigadores reuniram-se com o presidente do Instituto Nacional para o Desenvolvimento das Pescas (INDP), um contacto que será continuado em Setembro, quando participarem num congresso de Biologia Marinha a decorrer na Cidade da Praia, a capital do país. V�o tentar desenvolver parcerias entre o INDP e o seu centro de investiga��o, da Universidade do Algarve, para poderem prosseguir os estudos em torno das potencialidades pisc�colas de Cabo Verde. Pedro Monteiro admite que, caso avance, a parceria será poss�vel obter financiamentos da União Europeia para projectos com países terceiros, muitas vezes desaproveitados por falta de iniciativas. S� assim – acrescenta – se "evitar�o os erros cometidos noutros países". E porque Cabo Verde � muito rico em diversidade, conseguindo reunir especies caracterásticas das zonas temperadas, da �frica e das Cara�bas, que dificilmente se encontram noutros locais. Nas observa��es efectuadas detectaram especies de maior valor comercial no Pico do Noroeste (Santo Ant�o), serra, atum, enforcado ou esmoregal. Nas zonas costeiras e no Banco Jo�o Valente mais especies de fundo, e de menores dimens�es, como o salmonete, garoupa, castanheta e badejo. A expedição realizada pela Associa��o Atl�ntico Selvagem, que teve in�cio a 26 de Julho, termina teráa-feira, embora alguns membros se mantenham em Cabo Verde mais alguns dias para prosseguirem os estudos. O Pico do Noroeste e o Banco Jo�o Valente, este �ltimo uma continua��o das pesquisas de 2001, foram os locais escolhidos para as actividades da expedição deste ano, que integrou especialistas na capta��o de imagem v�deo e fotogr�fica e investigadores das áreas da biologia marinha ligados � Universidade do Algarve. A pesca em Cabo Verde � considerado um importante recursos econ�mico, embora se fa�a essencialmente por processos artesanais. A União Europeia e os EUA t�m sido destinos de algumas das exporta��es.
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