Os alimentos estão cada vez mais caros, e o peixe e a carne estão entre os produtos que mais aumentaram em consequência da inflação que em Portugal está a bater recordes – e que é a mais alta desde 1992.
À mesa dos portugueses, tirando o mesmo dinheiro da carteira, chegam cada vez menos alimentos. Entre os produtos cujos preços mais subiram nos primeiros seis meses deste ano está o peixe.
Enquanto a pescada fresca está mais cara 50%, a farinha e o óleo alimentar vegetal tiveram um aumento superior a 40%. Na carne, quem comprar peru, por exemplo, paga agora quase mais dois euros do que antes.
Portugal importa cerca de 80% dos cereais que consome. O rebentar da guerra na Ucrânia teve claro reflexo neste setor e o aumento ronda os 20%. Ainda assim, é menor do que o registado na carne e no peixe.
“Isso tem a ver com o tema da eletricidade e dos combustíveis. Ou seja, tanto a carne como o peixe são produtos que requerem muita energia, como o gasóleo que é usado nos barcos de pesca ou a eletricidade para as instalações de pecuária. Enquanto a situação na Ucrânia não for resolvida é de esperar que continuemos com preços de energia muito altos”, disse Filipe Alves, diretor do Jornal Económico.
À instabilidade provocada pela pandemia, junta-se a guerra na Ucrânia e a seca. A inflação em Portugal já está nos 9,1% – a mais alta dos últimos 30 anos. E não já setor que escape à escalada de preços.
Num cabaz de 63 alimentos considerados essenciais, o custo total subiu mais de 17 euros.
Para já, para a maior parte das famílias, a ameaça ao poder de compra é real e há cada vez mais quem tema o estrangulamento financeiro.