Portugal vai ter, cada vez mais, eventos de grande dimensão. Estamos a falar de ocorrências que implicam outras visões e outras formas de intervenção, formas que vão obrigar o comandamento das estruturas públicas e a informação aos cidadãos a uma transformação muito rápida e profunda
Do seu apartamento no Douro próximo da Foz, Catarina Martins vê as televisões e debita sentenças.
Para esta Senhora, que deveria ter ido à sua vida depois de ter reduzido o Bloco de Esquerda a pó, o Governo não investiu um tostão na prevenção dos incêndios florestais.
Diz Catarina: nada foi feito para limitar a área eucalipto; nada foi concretizado para a criação de unidades de gestão florestal; e nem sequer se estruturou uma carreira para os sapadores florestais.
Se Carlos Matias ainda estivesse na direção do BE, Catarina não teria dito tanta barbaridade. Mas a sua adoração por um ex-deputado completamente aluado, que Leiria mandou para casa, faz com que debite slogans que não agregam à realidade.
Respondamos às questões de Catarina. O Governo aprovou e os serviços públicos começaram a aplicar, uma nova forma de gestão das áreas de eucalipto. Não há mais, há menos, de melhor qualidade e melhor gerido. A certificação, questão essencial para a indústria portuguesa e para a exportação, é hoje uma certeza cada vez mais afirmada. Nos tempos do agora, a área do pinheiro bravo, fruto de muitas circunstâncias, revela-se muito mais preocupante para os proprietários e para o Estado.
Os serviços a quem cumpre a gestão da floresta iniciaram um processo longo e difícil de gestão florestal partilhada com baldios e particulares. As unidades de gestão não são o alfa e o ómega do sucesso, como não foram as Zonas de Intervenção Florestal que se criaram até 2010 e que a ilustre Assunção Cristas deitou porta fora.
Por último, os sapadores florestais. Se se comparar o que existia em 2015 e o que existe hoje só poderemos dizer que o país é outro. As brigadas duplicaram, o universo público viu crescer a sua capacidade operacional em quase 500%. Claro está que a ilustre Catarina não quer saber disso. O que lhe importa é que as brigadas das associações privadas passem a ser públicas, porque o seu grande sonho seria que toda a floresta fosse do Estado.
Mas vamos ao que interessa.
Portugal assistiu a um dramático Verão em 2017. Convinha que se dissesse que, perante aquelas circunstâncias nunca vividas e, portanto, nunca planeadas, não havia meios humanos e materiais que soubessem como resolver tais eventos.
É por isso que me dói a alma quando vejo um comandante de bombeiros, até um pobre coitado da EDP, a serem condenados pelo que aconteceu em Pedrógão.
Com exceção da inaudita visita do Presidente da República ao teatro de operações, uma tontice […]