A Organização das Nações Unidas alertou hoje que o número de pessoas que passam fome na África Ocidental pode chegar a 48 milhões no próximo ano, incluindo 9 milhões de crianças, se não forem tomadas medidas urgentes.
De acordo com o último relatório sobre a segurança alimentar, mais de 35 milhões de pessoas, incluindo 6,7 milhões de crianças, não conseguem satisfazer as suas necessidades básicas de alimentação e nutrição, o que representa 80% das pessoas na região.
A ONU salienta que a situação é especialmente grave nas zonas afetadas por conflitos, como a bacia do lago Chade e o Burkina Faso, Mali e Níger, onde 25.500 pessoas vão passar por uma “fome catastrófica” durante a próxima temporada de escassez, entre junho e agosto do próximo ano, quando se esgotarem as reservas de alimentos das colheitas anteriores.
Citada pela agência de notícias Europa Press, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e o Programa Alimentar Mundial (PAM) pediram aos governos de toda a região para aumentarem o apoio e os investimentos nos programas de segurança alimentar para reforçar a resiliência das comunidades.
“A perspetiva para a segurança alimentar e nutricional em 2023 é extremamente preocupante e esta devia ser a última chamada de atenção para os governos da região e para os seus aliados”, disse o diretor regional do PAM para a África Ocidental, Chris Nikoi.
“Fortalecer a resiliência das comunidades deve significar um enfoque individual e coletivo, para todos nós, se queremos resolver esta situação, antes que seja demasiado tarde”, concluiu.