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– 21-10-2004 |
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OGM : Rotulagem é discriminação negativa para uns, essencial para outrosEspecialistas defenderam hoje que a rotulagem dos organismos geneticamente modificados (OGM) é uma "discriminação negativa", enquanto ambientalistas e associações de consumidores a consideram como o mínimo exigível. "A rotulagem dos OGM é essencialmente política, económica e social. Não se está a etiquetar a qualidade intrínseca do que se está a comer. Está a etiquetar-se uma tecnologia", argumentou o presidente do Centro de Informação de Biotecnologia (CIB) português, Pedro Fevereiro. Para este especialista em biologia celular, a decisão de rotular os produtos que contêm mais de 0,9 por cento de OGM trouxe uma "discriminação negativa". "Quando as pessoas vêem um rótulo a dizer que contém OGM a primeira coisa que pensam é que se trata de um produto perigoso. Não compreendo a necessidade dessa rotulagem já que não há qualquer perigo para a saúde pública ou ambiente", justificou em declarações à Agência Lusa. No entanto, as associações ambientalistas e de defesa do consumidor, portuguesas e europeias, consideram que a rotulagem dos OGM é o mínimo que se pode exigir para dar opção aos consumidores de não comerem alimentos transgénicos. Para o CIB, este pressuposto faz parte de um conjunto de "mitos" que se têm criado em torno dos OGM tais como: "Os OGM mataram 30 e tal pessoas nos anos 80; a ingestão de transgénicos provoca o cancro; os transgénicos induzem aumento da resistência a antibióticos". "Não existe um só dado que prove que os transgénicos que estão autorizados são perigosos. Basta pensarmos se alguma vez vimos alguma notícia nos Estados Unidos, onde há muito se produzem e consomem OGM, de produtores de sementes transgénicas serem postos em tribunal por fazerem mal à saúde pública", argumentou. Actualmente, muita da ração dada aos animais é composta por OGM e a Comissão Europeia já impôs que as rações com transgénicos passem também a ser rotuladas. De fora destas normas de rotulagem fica a carne que chega ao consumidor, mesmo que os animais tenham sido alimentados por OGM. Para o presidente do CIB, não faz qualquer sentido colocar rótulos na carne a informar o consumidor de que esses animais foram alimentados com transgénicos. "O facto de serem alimentados por OGM não quer dizer de forma alguma que [os animais] fiquem irremediavelmente afectados por essas características", considerou o presidente do CIB numa visita com jornalistas a campos de milho transgénico na zona da Catalunha, Espanha. Pedro Fevereiro ironizou dizendo que "não existe qualquer possibilidade" de uma planta geneticamente modificada transferir os seus genes para o consumidor de modo a torná-lo também geneticamente modificado". No entanto, para os contestatários dos transgénicos, a rotulagem é uma forma de proteger os consumidores. A Plataforma "Transgénicos Fora do Prato", constituída por várias associações ambientalistas portuguesas, tem alertado os consumidores para estarem atentos à listagem de ingredientes de alimentos que possam conter transgénicos. Isto porque a Plataforma considera que "a guerra dos OGM vai ser ganha ou perdida no prato", com a escolha dos consumidores. Para o biólogo Pedro Fevereiro, a rotulagem tem sido usada como arma política, tal como muitos dos argumentos dos ambientalistas. "O movimento ambientalista considera uma oportunidade útil defender a não utilização dos transgénico, porque é uma arma política e uma bandeira com visibilidade", comentou. Actualmente há em todo o mundo 70 milhões de hectares de superfície cultivada com transgénicos, mais de sete milhões de agricultores dedicados à actividade em 18 países do mundo e já foram servidas mais de 80 mil milhões de refeições com OGM. Na União Europeia, apenas dois países, Espanha e Alemanha, plantam actualmente OGM, um número que deverá crescer já no início do próximo ano. Portugal pode juntar-se a essa lista de países, já que em Setembro a Comissão Europeia aprovou 17 variedades de milho transgénico para plantação nos estados-membros.
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