Os sistemas agroalimentares são decisivos para o futuro da biosfera e para o bem-estar das pessoas e dos animais.
A primeira grande revolução da Humanidade foi a Revolução Agrícola. Desde então, o progresso científico, económico, social e cultural tem sido surpreendente. Sem a Revolução Agrícola, não teriam sido possíveis os extraordinários aumentos da população e da longevidade desde então, nem o bem-estar material que alcançámos, nem sequer a criação dos Estados. Porém, a Revolução Agrícola também marca o início de um período de impactes severos da atividade humana no planeta, nomeadamente, nos equilíbrios da biosfera e dos seus ecossistemas.
Dando um salto no tempo e no espaço, após a II Guerra Mundial, a prioridade da Europa era a reconstrução e garantir mínimos de bem-estar social. Neste contexto, alimentar os seus 550 milhões de habitantes era uma das maiores prioridades. Foi assim que surgiu, em 1962, a Política Agrícola Comum (PAC), que atualmente consome um terço do orçamento da União Europeia.
Desde os seus primórdios, a PAC tem passado por diversas fases, mas se há algo que se tem mantido constante, desde a sua génese, é a preocupação em assegurar a segurança alimentar, o que passa por procurar assegurar níveis elevados de produtividade e a oferta dos alimentos a preços acessíveis. Assim, não só os subsídios têm privilegiado as grandes explorações agrícolas, como os seus impactes sociais e ambientais têm sido algo desvalorizados. Porém, e ao fim de mais de mais de 50 anos de PAC, a UE adotou […]
João Wengorovius Meneses
Secretário Geral do BCSD Portugal