Governo abandona projecto industrial anunciado em 2017 devido ao aumento dos custos e à melhoria da qualidade microbiológica da água numa parte do rio, que permite a depuração.
A amêijoa-japonesa capturada no Tejo já não vai ser transformada industrialmente (cozida) para poder ser consumida sem riscos para a saúde pública, mas sim depurada, segundo revelaram ao PÚBLICO os responsáveis do Ministério da Agricultura e Alimentação.
O projecto para a construção no Barreiro de uma infra-estrutura para depósito, transformação e valorização de bivalves, prevista desde 2017, foi assim abandonado e dará lugar a uma unidade de recepção e depuração de bivalves. Esta alteração só é possível graças à “melhoria significativa da qualidade microbiológica” de uma zona a jusante da Ponte Vasco da Gama que lhe valeu ganhar a classificação que permite a depuração prolongada. O início da construção da unidade está previsto para o próximo ano.
Os bivalves capturados no Tejo estão expostos durante longos períodos do ano a diversas toxinas ou contaminação microbiológica acima dos valores regulamentares, podendo mesmo ter pequenas quantidades de metais pesados. Este facto não impediu que, há mais de dez anos, tenha crescido um negócio de captura ilícita, comércio e tráfico internacional de bivalves, que fomentou outras actividades criminosas.
As amêijoas, devido à sua contaminação, só podem ser consumidas depois de serem processadas industrialmente ou […]