O Conselho de Ministros do novo Governo guineense manifestou-se hoje preocupado com o aumento do preço do arroz, base da dieta alimentar no país, um mês após o anterior executivo ter baixado o preço do produto.
A preocupação foi manifestada pelo Governo no comunicado do Conselho de Ministros, hoje reunido em Bissau, em sessão ordinária, sob a presidência do primeiro-ministro, Rui Duarte de Barros.
Relatos de cidadãos guineenses, nos últimos dias, citados pelos órgãos de comunicação social e nas redes sociais, indicam que o preço do arroz aumentou dos 17.500 francos CFA – cerca de 26 euros – (por cada saco de 50 quilogramas) para 20.000 francos CFA (cerca de 30 euros).
O Governo eleito em junho último, entretanto demitido no passado dia 04 pelo chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco Embaló, reduziu o preço de um saco de arroz de 22.500 francos CFA para 17.500 francos CFA.
A medida foi bastante aplaudida pela população guineense, que tem o arroz como principal alimento.
Na sua reunião de hoje, o Conselho de Ministros instruiu o ministro do Comércio, Orlando Mendes Viegas, no sentido de “fazer um diagnóstico urgente” sobre as causas do aumento do preço do arroz no mercado e propor medidas.
O primeiro-ministro, Duarte de Barros, recebeu também anuência do Conselho de Ministros para adotar “medidas administrativas urgentes” no âmbito da implementação do Plano de Atividades do Governo.
O Presidente guineense indigitou Rui de Barros, dirigente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), para liderar o Governo da sua iniciativa após demitir o executivo saído das eleições e que era chefiado por Geraldo Martins.
Umaro Sissoco Embaló invocou a existência de uma grave crise institucional no país na sequência de confrontos entre elementos das Forças Armadas e a Guarda Nacional, depois da detenção de dois membros do Governo por alegada corrupção no pagamento a empresas, uma situação que o chefe de Estado disse tratar-se de tentativa de golpe de Estado.
O Presidente dissolveu o parlamento eleito nas legislativas de junho passado por considerar o órgão como foco de instabilidade no país.
As eleições deram a vitória à coligação Plataforma Aliança Inclusiva (PAI – Terra Ranka), liderada pelo PAIGC, que contestou a decisão do Presidente, por a considerar inconstitucional.
O partido e a coligação PAI – Terra Ranka apontam para o artigo 94 da Constituição da República que indica que o parlamento não pode ser dissolvido nos 12 meses após as eleições legislativas.