Não há na história do “Homo sapiente” (que aos poucos moldou e acabou por criar o Antropoceno) uma cupla tão evidente em relação ao estado a que chegararm as coisas na tão massacrada “casa comum.” As coisas são muitas e muito feias. Configuradas em números, às vezes acabam por se verem diluídas em contextos, conjunturas e enquadramentos. Mas é facto que os números são importantes para tentar perceber ao ponto a que as coisas chegaram.
Decorre mais uma COP. Desta vez a número 15, voltada para a perda da biodiversidade no planeta. Em Montreal, na Canadá, na COP15, estão reunidos chefes de estado e de governo de todo o mundo para tentarem, no papel e no plano das intenções (dizem alguns), travar quase “por decreto”, a perda da biodiversidade a que temos vindo a assistir de forma catastrófica ao longo das últimas décadas de forma mais evidente e perigosa. Esta cimeira segue-se à COP27, que decorreu no Egipto e que em relação às atitudes reais face ao aumento da temperatura da Terra, pouco ou nada ousou que se sinta. Vamos tentar chegar às dolorosas evidências de enquadramento.
Desta forma somos capazes de perceber melhor o que de facto se está a passar. De acordo com um estudo recente do WWF (Fundo Mundial para a Natureza), nos últimos 50 anos o mundo perdeu 70 por cento dos animais selvagens. Este estudo que reuniu 150 cientistas de 50 países, assim como técnicos das Nações Unidas, lembrou ao mundo que até 2030 um milhão de espécies de animais e plantas pode vir […]