Enquanto nos preocupamos, e bem, com vários problemas ambientais graves (alterações climáticas, plásticos, lixo, desflorestação, poluição do ar, da água e do solo…), há um que nos está a passar ao lado, potencialmente tão ou mais sério do que os outros: o declínio dos insetos.
A VISÃO publicou na semana passada um artigo de fundo sobre o aparente colapso em curso dos insetos ( que se encontra aqui, exclusivo para assinantes) – e o retrato não é bonito. Por exemplo, um estudo na Alemanha concluiu que houve um decréscimo de 76% nas últimas três décadas. E o mais alarmante é que este estudo não foi feito em cidades, cada vez mais asséticas, mas sim em áreas protegidas.
As conclusões estão em linha com uma análise britânica. O Bugs Matter Citizen Science Survey, uma análise às matrículas dos carros feita por cidadãos, aponta para uma redução de 64% no número de insetos em menos de 20 anos (entre 2004 e 2022) no Reino Unido.
(É pelos carros, aliás, que o sinal de alarme tem sido dado: muita gente começou ultimamente a reparar que o para-brisas não fica repleto de bichos esmagados, como acontecia antes, sobretudo em viagens longas, situação conhecida por “fenómeno do para-brisas”.) […]