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– 24-10-2006 |
[ Agroportal ] [ Nacional ] |
Mondego: Classificar estu�rio como zona morta não faz sentidoLisboa, 24 Out Num relatério divulgado sexta-feira, as Na��es Unidas estimavam a exist�ncia de cerca de 200 "zonas mortas" (zonas aqu�ticas com car�ncia de oxig�nio) em todo o mundo, entre as quais o estu�rio do Mondego. Mas um especialista da Universidade de Coimbra que foi co-autor de um artigo no qual se baseou o relatério das Na��es Unidas disse � Lusa que o estudo era de 1997 (com dados de 1993) e que informações posteriores indicam que as condi��es do estu�rio melhoraram significativamente. "Estou surpreendido. Acho muito estranho isto ter acontecido porque não faz sentido estar a falar de um sistema sem ter conhecimento e sem sequer contactar comigo ou outros colegas para saber do que se está falar, havendo informações mais recentes que dizem o contrário", disse � Lusa Miguel Pardal. O cientista afirmou ainda que "não faz sentido" classificar o estu�rio do Mondego ou qualquer outro como "zona morta", porque se tratam de "zonas de troca entre �gua doce e salgada" e, como tal, com renova��o permanente de �gua. "Se a �gua do mar entra, nenhum sistema deste g�nero pode ser considerado como +zona morta+", esclareceu. Miguel Pardal acrescentou Também que os problemas de eutrofiza��o (excesso de nutrientes que implica aumento de algas provocando falta de oxig�nio pontual) detectados no Mondego entre meados dos anos 80 e meados de 90 melhoraram consideravelmente na última d�cada. Num estudo de 2005 foram analisadas medidas de mitiga��o aplicadas desde 1998 e que demonstram a recupera��o das condi��es ambientais depois de um longo período de eutrofiza��o. A área do sapal inferior (a zona mais rica em termos de biodiversidade), por exemplo, diminuiu entre 1986 e 1998, mas come�ou a aumentar a partir desse ano. Em 2002, j� atingia os valores de 1993 e dados mais recentes mostram que na Primavera de 2006 esses valores eram quase o dobro de 2002. Paralelamente ao aumento das zonas de sapal houve uma redu��o dr�stica das algas. O processo de recupera��o ambiental � Também evidenciado, segundo Miguel Pardal, pelo aumento da abund�ncia e do tamanho das am�ijoas ap�s 1998. "Isto quer dizer que a capacidade do estu�rio de produzir recursos está a aumentar desde 1998", sublinhou o investigador. Miguel Pardal explicou que os problemas de eutrofiza��o detectados no Mondego são comuns a � 50 a 70 por cento dos estu�rios em todo o mundo � e que se deviam essencialmente aos fertilizantes usados na agricultura e �s descargas de esgotos. Na altura, a renova��o de �gua era menor no bra�o Sul do rio (onde se localizam os sapais), e os fen�menos de eutrofiza��o aconteciam com mais frequ�ncia, pelo que se decidiu, em 1998, fazer uma pequena abertura no canal que liga os bra�os norte e sul do Mondego, e que estava assoreado, para aumentar a renova��o de �gua. � além disso, as descargas da agricultura come�aram a ser feitas noutro local, o que Também contribuiu para a recupera��o ambiental �, sublinhou. Em Maio de 2006, o Instituto da �gua concluiu as obras de abertura do canal entre os dois bra�os, permitindo aumentar ainda mais a renova��o da �gua com vista a acelerar a recupera��o ambiental.
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