As autoridades moçambicanas vão incinerar 36 mil ovos e quantidades significativas de moelas e frangos contrabandeados da África do Sul em violação à interdição da importação daqueles produtos por causa da gripe aviária, foi hoje anunciado.
O diretor nacional de Desenvolvimento Pecuário, Américo Conceição, disse hoje à Lusa que foram feitos exames laboratoriais aos produtos apreendidos, tendo os resultados sido negativos para a gripe aviária.
Ainda assim, acrescentou, esses alimentos serão incinerados uma vez que entraram no país sem certificado, pagamento de direitos aduaneiros e em violação da proibição imposta pelas autoridades.
Segundo Américo Conceição, a interdição atualmente em vigor vai manter-se por tempo indeterminado e o levantamento dessa proibição vai depender do controlo da gripe aviária na África do Sul.
Em outubro, foi diagnosticada a gripe das aves numa unidade de produção na província moçambicana de Inhambane, levando ao abate de 45 mil galinhas poedeiras que produziam diariamente cerca de 44 mil ovos para consumo, um caso ligado a dezenas de surtos de duas estirpes distintas que estão a alastrar na vizinha África do Sul.
Na altura, as autoridades moçambicanas avançaram que em todo país foi reforçada a fiscalização, principalmente na fronteira com o território sul-africano e nas províncias próximas de Inhambane.
A Associação Moçambicana da Indústria Avícola (AMIA) disse anteriormente que o setor dispõe de frangos e ovos suficientes para as festas do Natal e final de ano.
“Mesmo diante dos surtos (…), estamos confiantes na nossa capacidade de assegurar o fornecimento de frangos e ovos de consumo durante o período festivo”, referia um comunicado da AMIA.