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– 16-06-2006 |
[ Agroportal ] [ Nacional ] |
Mo�ambique: Bancarrota amea�a agricultores do Zimbabu� em ManicaMo�ambique, 15 Jun Os tr�s são agricultores do Zimbabu� que a reforma agr�ria aplicada pelo governo de Harare atirou h� quatro anos para Manica, onde foram recebidos em euforia como se fossem o rem�dio para os problemas daquela prov�ncia mo�ambicana. Hoje, a maioria dos agricultores brancos do Zimbabu� em Manica declara-se falida e lan�a acusa��es em todas as direc��es, tentando justificar como os famosos "farmeiros" de �frica foram � fal�ncia a trabalhar as mais f�rteis terras do continente. Ainda h� hist�rias de sucesso, como a da quinta Everest, de Evans, que alberga uma ins�lita produ��o de queijo "made in Mozambique", mas dos cerca de 50 agricultores que cruzaram a fronteira para Manica, o percurso dos poucos mais de 30 que ainda restam tem em comum "produ��es desajustadas" e conflitos com as grandes companhias internacionais. "L� fora está um dos mais modernos sistemas de irriga��o do mundo, mas a nossa quinta está parada", indica Coetzee, na sua sala de estar, montada numa enorme tenda com uma vista indescrit�vel. Coetzee come�ou por plantar tabaco, com o financiamento da Mozambique Leaf Tobaco (MLF), uma multinacional norte-americana, que se comprometia a comprar as colheitas, mas hoje ele resume a parceria a ter sa�do "da frigideira, que era o Zimbabu�, para cair no fogo". Apesar de parecidas com as do Zimbabu�, as condi��es agr�colas em Manica geram produ��es de tabaco mais fracas do que as do país vizinho e uma queda no valor mundial do produto, associada ao aumento de pre�os de produ��o, encurralou os agricultores. além disso, os "farmeiros" queixam-se que a MLF não cumpriu os pre�os prometidos e exigiu a reposi��o do financiamento em períodos demasiado curtos, acusa��es que seráo resolvidas em tribunal. Uns quil�metros adiante da quinta de Coetzee, o seu vizinho e compatriota Breitenbach � descrito até pelos seus advers�rios como "um fant�stico agricultor", mas Também ele entrou em fal�ncia ap�s parcerias com a MLF, primeiro, e depois com a Hyveld, quando decidiu mudar do tabaco para a pimenta (paprika) e trocar o financiamento dos norte-americanos pelo da empresa do Zimbabu�. "Em tr�s anos, com produ��es avaliadas em 300 mil d�lares, não recebi um centavo, devo dinheiro � banca, aos meus trabalhadores, tenho a quinta parada e estou acabado", resume Breitenbach. "As grandes companhias controlam Manica", acusa o agricultor que, no in�cio de Junho, viu o tribunal de Chimoio confiscar-lhe a produ��o de pimenta na sequ�ncia de uma queixa apresentada pela Hyveld. Antes, ele e alguns agricultores j� tinham processado a Hyveld, mas o caso depressa se tornou confuso, levando a sua advogada, L�dia Pretorius, portuguesa residente em Harare, a afirmar que nunca tinha visto nada semelhante "nem mesmo no Zimbabu�, que � o país mais injustamente criticado do mundo". O representante da Hyveld em Chimoio, Patrick Retzlaf, recusa comentar "um caso que está no tribunal", mas desvia para outro lado a responsabilidade pela fal�ncia dos agricultores do seu país – "a banca comercial de Mo�ambique não financia a agricultura do país". "N�s não estamos vocacionados, nem queremos financiar os agricultores, mas temos de o fazer porque os bancos não avan�am e a agricultura comercial precisa de empr�stimos a baixo juro e a longo termo", acrescenta Ian Brown, da empresa concorrente Pimentas de Mo�ambique. Agricultores e companhias fomentadoras coincidem na acusa��o de que os bancos mo�ambicanos, detidos em maioria por capitais portugueses ou sul-africanos, não estimulam a agricultura comercial. As taxas de juro rondam os 25 por cento nos empr�stimos na moeda nacional, mas "mesmo que um agricultor esteja disposto a pagar essa barbaridade, o banco quase de certeza que não lhe empresta". A excep��o, afirmam, tem sido o GAPI, uma sociedade de promo��o de pequenos investimentos participada pelo governo de Maputo e pelo banco de desenvolvimento alem�o KFW, com uma carteira de 16 investidores estrangeiros financiados em 900 mil d�lares. "Os ‘farmeiros’ vieram do outro lado da fronteira com uma m�o � frente e outra atr�s e alguns tiveram de dar como garantias o seguro de vida. Temos que levar isto em conta, porque o nosso objectivo não � matar a vaca, mas garantir que Manica se desenvolva com projectos destes", garante Francisco Lino J�nior, gerente do GAPI em Chimoio. Falidos, devendo sal�rios, com as quintas paradas, alguns em lit�gio com compatriotas seus, os "farmeiros" do Zimbabu� são um f�cil exemplo para o chav�o da "tribo branca em extin��o" no continente negro – mas eles riem-se perante a perspectiva do abandono. "não nos vamos embora, pelo contrário, o que nos une e mant�m em Manica � uma esp�cie de inspira��o de pioneiro", assegura a agricultora Del Shand.
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