A ministra da Agricultura e Alimentação, Maria do Céu Antunes, confirmou que vai “condicionar o uso de água” na agricultura. A titular da pasta da agricultura avançou, em declarações à TSF, que vai auscultar o setor para perceber como vai ser implementado esse condicionamento, se, por exemplo, por cultura ou hectare.
“O que sabemos é que tem de haver padrões de consumo que sejam balizados para nos permitirmos a ter mais culturas”, adiantou. A responsável apontou que quando se fala de “culturas mais intensivas no uso dos fatores de produção, onde a água está incluída”, estas “muitas vezes são as que são mais eficientes”.
Nesse sentido, o objetivo é garantir que a água é utilizada de forma eficiente, sendo que o Governo está a estudar o estímulo à criação de charcas, mesmo nos territórios “onde o sequeiro tem a maior parte das explorações e do território agrícolas”.
Maria do Céu Antunes não sabe e estas charcas serão “de uso privativo ou comunitário”, uma vez que “vai depender do modelo que vier a ser implementado”. Está também a ser estudada a dessalinização e o tratamento de águas residuais como opções.
Em reação, a CAP considerou que as palavras da ministra são “conceitos genéricos, conceitos para o futuro e intenções completamente vagas”. Apesar disso, o presidente da CAP, Eduardo Oliveira e Sousa, saudou o facto de “pela primeira vez a senhora ministra considerar que é preciso aumentar a capacidade de armazenamento”.
O responsável afirma que a criação de charcas é uma ideia que os agricultores “vêm a defender há anos” e que o ministério, apontam, “diz que quer num dia, diz que não quer no outro, autoriza num dia, não autoriza no outro”.
O artigo foi publicado originalmente em Vida Rural.