Ser jovem no interior em 2022 é perspectivar com esperança o futuro. É saber que há um longo caminho a ser feito, mas que sem nós, jovens, será impossível contrariar esta tendência de despovoamento e desertificação.
Sou jovem, residente no concelho de Pedrógão Grande, e na minha curta vivência sempre me deparei com um país a duas velocidades, repartindo-se entre o litoral, densamente habitado, onde as oportunidades de emprego são abundantes e os negócios e o empreendedorismo florescem, e um interior, demograficamente desertificado, onde as oportunidades de emprego escasseiam e a resignação parece ser a palavra-chave. Terá mesmo esta de ser a sua sina?
O próprio termo interior parece circunscrever parte do território de um país, assinalando e demarcando diferenças estruturais, que perpetuam diferenças em termos de oportunidades e que continuamente vêm prejudicando esta faixa de território. O que muitos idealizam ao pensar no interior é uma realidade onde haverá salários baixos, pouco acesso a cuidados de saúde, a cultura e pouca oferta formativa. Daí que se imponha a questão – porque continuamos a perpetuar um ciclo, que continuamente falha na captação dos jovens para o interior? […]