Diversos coletivos e associações convocaram para quinta-feira uma marcha de protesto, em Sines, no distrito de Setúbal, para exigir “justiça ambiental e social” para o litoral alentejano, que entendem estar a ser sacrificado por interesses económicos.
O encontro seguido de uma marcha intitulada “Tirem as mãos do Litoral Alentejano” é organizada por 18 coletivos e associações da região, entre eles Dunas Livres, Empregos para o Clima, GAIA-Alentejo, Juntos pelo Cercal, Juntos pelo Sudoeste, Movimento Cívico pela Defesa da Lagoa de Santo André e SOS Rio Mira.
Em comunicado, referem que, com esta ação, pretendem lutar por “um caminho com justiça, igualdade e democracia” que “responda à urgência climática e à crise social, proteja o património natural, os recursos e a vida das pessoas”.
“É conhecida a dimensão do sacrifício a que este território tem sido sujeito, com consequências cada vez mais indisfarçáveis”, sublinham.
No documento, os ativistas explicam que durante a ação de protesto, que tem início às 10:30 no Jardim das Descobertas, querem alertar “para o turismo de luxo que destrói dunas selvagens, a usurpação da água e esgotamento dos aquíferos [e] o ressurgimento de projetos mineiros”.
Também a “eliminação de sistemas agroalimentares e florestais para instalar megacentrais fotovoltaicas ou o abate indiscriminado de sobreiros” motivam esta marcha, que vai percorrer várias artérias da cidade de Sines.
O evento inclui a realização de uma assembleia de movimentos, pelas 11:00, seguida de uma marcha até ao Jardim da República, no centro da cidade de Sines, no litoral alentejano.
Na iniciativa querem ainda alertar para a “indignidade no transporte marítimo de animais vivos, o modelo agrícola intensivo, degradando irreversivelmente as terras e agravando o estado de seca severa, as criminosas fábricas de bagaço de azeitona [e] a falsa e injusta transição no Complexo Industrial de Sines”.
“O desrespeito pelo património natural, como a Lagoa de Santo André, a precariedade, a mão-de-obra escrava, a delapidação dos serviços públicos, a especulação e a interioridade”, são outras das questões denunciadas pelos coletivos.