O lucro do grupo RAR, dono da Colep e da Vitacress, recuou 28%, para 16,2 milhões de euros em 2021, tendo o volume de negócios aumentado de 731,7 para 809,4 milhões de euros, foi hoje anunciado.
De acordo com o relatório e contas do ano passado, hoje divulgado, os resultados antes de impostos, juros, amortizações e depreciações (EBITDA) ascenderam a 72 milhões de euros (71,4 milhões em 2020) e os resultados operacionais, após gastos de reestruturação, somaram perto de 33,5 milhões de euros (42,5 milhões em 2020).
“O resultado líquido atribuível ao grupo foi de 15,3 milhões de euros, negativamente impactado pelas operações de reestruturação referenciadas, com reflexo em amortizações e impostos, em cerca de 14 milhões de euros”, precisa em comunicado.
O grupo RAR procedeu no ano passado à cisão da Colep em duas companhias, dando autonomia às duas divisões existentes – de “packaging” e “consumer products”- com o objetivo de aumentar “o foco e agilidade necessária para operarem em mercados cada vez mais concorrenciais”.
No ano passado, a dívida financeira consolidada do grupo reduziu para cerca de 171 milhões de euros.
“Prosseguiu-se o caminho da sustentação da rendibilidade operacional – o que as operações de reestruturação em curso virão ainda mais reforçar – ao mesmo tempo que se consolida o objetivo permanente de redução do nível de endividamento”, acrescenta a RAR.
Citado num comunicado, o presidente do grupo RAR, Nuno Macedo Silva, destaca “a performance crescente” da empresa, “num ano em que a pandemia marcou o ritmo da economia mundial”, e evidencia os “múltiplos projetos em desenvolvimento, de restruturação e de expansão”.
“Num ano em que a pandemia continuou a marcar o ritmo da economia mundial, as atividades nas várias áreas do grupo adaptaram-se a esta nova realidade, procurando contornar os múltiplos desafios colocados e tendo como prioridade a proteção dos nossos colaboradores”, afirma.
Analisando o desempenho das várias empresas do grupo, verifica-se que a Colep Consumer Products Portugal – constituída a 01 de julho de 2021 a partir da cisão da Colep e “focada na inovação de produto nas categorias de “cosmética” e “cuidado pessoal”” – apresentou vendas de 251 milhões de euros e um EBITDA de 23,8 milhões de euros.
“Destaque para a aposta no segmento de “líquidos e cremes”, com investimentos importantes nas instalações de Portugal e da Polónia”, enquanto “no México, a unidade de Santiago de Querétaro, que fornece os mercados da América do Norte e Central, atingiu o marco de 50 milhões de unidades produzidas”, lê-se no comunicado.
Atualmente com cerca de 1.400 colaboradores, a Colep Consumer Products Portugal terminou em 2021 a parceria iniciada em 2013 com o “Albatha Group”, dos Emirados Árabes Unidos, num “reflexo da reorientação da empresa para os mercados europeu e americano”.
Já a Colep Packaging Portugal, a outra empresa resultante da cisão da Colep, com cerca de 700 colaboradores e focada nos vários mercados e setores das embalagens, “apresentou crescimento sustentado pelo aumento do consumo de alguns segmentos, como o dos aerossóis e das embalagens para tintas e vernizes”, somando vendas de 119 milhões de euros e um EBITDA de 26,8 milhões de euros.
Quanto à Vitacress (que atua no mercado dos produtos frescos, com foco em saladas “prontas a comer” e ervas aromáticas frescas, em Portugal, Alemanha, Bélgica, Espanha, Países Baixos e Reino Unido), “conseguiu aumentar as vendas em todos os mercados, apesar das dificuldades decorrentes da escassez de mão de obra qualificada e do ano agrícola desafiante no sul da Europa e no Reino Unido”.
Apresentou vendas de 172 milhões de euros (148 milhões de libras britânicas), realizando um EBITDA de 17,5 milhões de euros (15,1 milhões de libras britânicas) e conta atualmente com cerca de 1.500 colaboradores.
Quanto à RAR Açúcar, desde 1962 dedicada à refinação e comercialização de açúcar e com cerca de 160 colaboradores, viu a operação condicionada pela “forte subida do custo da matéria-prima e do preço dos transportes marítimos”, mas aumentou, ainda assim, as vendas para 76 milhões de euros e realizou um EBITDA de 88 mil euros.
No que se refere à Acembex – empresa de comércio internacional de matérias-primas para a indústria agroalimentar – movimentou em 2021 cerca de 750 mil toneladas e atingiu uma quota de 22% do mercado nacional, reclamando o estatuto de”maior importador de cereais e coprodutos do país”.
As suas vendas aumentaram para 188 milhões de euros e o EBITDA realizado foi de 897 mil euros.
Já a RAR Imobiliária reporta um ano de 2021 “positivo, apesar do contínuo aumento do preço dos materiais e da escassez de mão-de-obra provocada, essencialmente, pela pandemia”.
A empresa tem projetos em curso em Lisboa, Porto, Braga e Vila do Conde e aumentou as vendas para 10 milhões de euros, realizando um EBITDA de 3,4 milhões de euros.
O grupo RAR integra um portefólio de negócios que vai das áreas de embalagem, bens de consumo, alimentar, imobiliária e serviços, empregando um total de 3.800 colaboradores e tendo presença em Portugal, Alemanha, Brasil, Espanha, México, Países Baixos, Polónia e Reino Unido.