O presidente do CDS-PP acusou hoje a “esquerda extremista, urbana e pouco solidária” de eleger “o mundo rural como o seu alvo prioritário” e defendeu que os caçadores “não são terroristas, são verdadeiros gestores da biosfera”.
Em declarações aos jornalistas em Tomar, no final de uma visita ao grupo empresarial Caça Brava, Francisco Rodrigues dos Santos defendeu que “o CDS sabe, ao contrário de uma esquerda urbana, extremista e pouco solidária que elegeu o mundo rural como o seu alvo prioritário, vítima dos seus preconceitos, que para existir mundo urbano é necessário existir mundo rural”.
“Para isso, nós compreendemos perfeitamente que não se pode colocar estas ideologias extremistas da esquerda à frente da ciência nem se pode julgar o mundo rural com os óculos do tecnocrata urbano”, assinalou, defendendo que os centristas acreditam “no ambientalismo autêntico, no conservacionismo, na ruralidade e não com ecologias deformadas e desumanas que não servem os interesses económicos do país”.
O líder do CDS-PP acusou ainda os partidos de esquerda de quererem “acabar com a cultura” em Portugal, “com a sua produção animal e também agrícola”, e de não compreenderem “que os ecossistemas e a biodiversidade dependem essencialmente também da participação destes setores, como é o caso da pesca, da agricultura e da caça, para poder ter viabilidade”.
“Porque sabemos também muito bem que se o mundo rural não planta, a cidade não come”, atirou.
O presidente do CDS-PP sustentou que a caça “é uma atividade estruturante do mundo rural” e frisou que “os caçadores não são terroristas, são verdadeiros gestores da biosfera”.
Francisco Rodrigues dos Santos aproveitou a ocasião para defender “um conjunto de princípios para o setor da caça que são fundamentais”, a começar pela “desburocratização do setor, que muito vai prejudicando a sua atividade”.
“Também uma maior coordenação das entidades públicas que gerem o setor da caça e que têm que ser mais eficientes e transparentes na aplicação dos dinheiros que são provenientes dos caçadores e depois porque tem que existir uma pedagogia, uma cultura na sociedade portuguesa que demonstre a importância da caça na defesa cinegética, na defesa da biosfera, e também no impacto positivo que tem nos ecossistemas enquanto atividade fundadora da coesão territorial e com grande potencial desportivo, cultural e turístico”, acrescentou o democrata-cristão.
Na semana passada, a Assembleia da República aprovou um projeto de lei apresentado pelo PAN que proíbe a prática do tiro ao voo de aves libertadas de cativeiro com o único propósito de servirem de alvo e outro do PEV que proíbe a utilização de animais vivos para a prática desportiva do tiro com arma de caça.
Na mesma sessão plenária baixaram a comissão sem votação um diploma do BE que visa proibir a prática de tiro a animais criados em cativeiro e libertados para servirem de alvo em campos de treino de caça e eventos de tiro e uma iniciativa da deputada não inscrita Cristina Rodrigues que quer restringir as práticas exclusivamente desportivas que provoquem morte a animais.