Este valor é referente ao mês de janeiro, de acordo com os dados da produção e da exportação divulgados pelo INE. Portugal exportou 7.616 toneladas no conjunto de animais vivos, carne e derivados, o que representa um crescimento de 13% em relação ao período homólogo do ano passado, antes do impacto da pandemia.
Os números divulgados reforçam a dinâmica das exportações da fileira em 2020, ainda que os resultados em valor não tenham acompanhado o aumento em volume, verificando-se uma redução na ordem dos 4%. Em janeiro de 2021, o comércio internacional totalizou 13,7 milhões de euros.
Este desempenho contrasta com as previsões em baixa do Ministério da Agricultura para as exportações agrícolas até março. Maria do Céu Antunes, em entrevista ao Jornal de Negócios, apontava “resultados menos animadores” para o mês de janeiro em comparação com o ano anterior, enquanto salientava a importância de apoios ao setor, aplicados em regime de custos simplificados. “Desde a submissão da candidatura à sua avaliação, aprovação e pagamento, o processo tem de ser cada vez mais rápido”, referiu a ministra.
Em 2020, em plena pandemia, foram pagos 1.600 milhões de euros em ajudas ao setor agrícola, o que significa um acréscimo de 168 milhões do que face a 2019. Entre as medidas de apoio, salienta-se a antecipação do pagamento das ajudas do pedido único, que passou de outubro para agosto, no valor de 110 milhões, bem como um reforço de 85 milhões dos pagamentos diretos.
Maria do Céu Antunes destacou também as “ajudas para o leite e as carnes, que foram geridas por Bruxelas, às quais os agricultores se puderam candidatar diretamente”.
Os setores mais afetados pelo encerramento do canal HoReCa foram abrangidos pelos programas de apoio, como é o caso do vinho que recebeu 11 milhões para destilação e armazenamento de crise. Na mesma entrevista, a ministra da Agricultura destacou também as linhas de crédito, com significativa adesão por parte dos produtores, tendo sido aprovados 600 milhões de euros até ao início de março.
Mercados externos
Os números referentes ao início de 2021 reforçam a forte procura de animais vivos pelo mercado espanhol, que se traduziu num aumento de 28,5% de suínos que saíram de Portugal com destino a abate em Espanha, durante o mês de janeiro.
Por seu lado, a China liderou os países terceiros de destino da carne de porco portuguesa, comprando 70,6% das nossas exportações. No mesmo ranking, segue-se Angola, a valer 9,4%, Cabo Verde (6,2%) e Japão (3,5%).