Além da destruição das separações, características das Serras de Aires e Candeeiros, há prejuízos “avultados” na agricultura em Porto de Mós.
A proliferação de javalis no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros está a deixar um rasto de destruição. A par dos ataques às culturas agrícolas, com prejuízos para os pequenos produtores, os animais têm destruído os tradicionais muros de pedra seca, que são uma das marcas desta área protegida. Autarcas e agricultores pedem maior ação do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), organismo que garante estar “atento” ao problema e disponível para autorizar ações de controlo de população de javalis.
“Plantamos e eles destroem. Arranjamos os muros e eles deitam-nos abaixo. É desanimador”, desabafa José Santos, que tem pequenas propriedades na zona da serra, em Porto de Mós. O agricultor explica que os javalis passam o dia no mato e atacam as culturas à noite, em grupo ou isolados, “cada vez mais próximo das casas, como se fosse tudo deles”. Pelo meio, “deitam os muros abaixo, para atravessarem os campos, mas também “à procura de caracóis para comer”, explica António Ferraria, presidente da União de Agricultores do Distrito de Leiria, que fala de um crescimento “descontrolado” da população de javalis, com prejuízos “avultados”. […]