A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) revelou que o seu índice de preços dos alimentos diminuiu ligeiramente pelo terceiro mês consecutivo. A queda foi de 2,3%. No entanto, o índice, que se encontra nos 154,2 pontos, continua 23,1% mais alto do que em junho de 2021.
Em comunicado, a FAO informa que a queda se deve aos preços dos óleos vegetais, dos cereais e do açúcar terem baixado. Por sua vez, aumentaram o preço dos lacticínios e da carne.
O preço dos cereais caiu 4,1%, mas ainda assim está 27,6% acima do valor de junho de 2021. Os preços internacionais do trigo caíram 5,7% em junho, mas mantiveram-se 48,5% acima dos valores registados há um ano.
“O declínio em junho foi impulsionado pela disponibilidade sazonal de novas colheitas no hemisfério norte, pela melhoria das condições de cultura em alguns dos principais países produtores e por perspetivas de produção mais elevadas na Federação Russa”, nota a FAO.
Quanto aos óleos vegetais o seu preço desceu 7,6%. “Os preços mundiais do óleo de palma diminuíram devido à subida sazonal da produção dos principais países produtores e nas perspetivas de aumento do fornecimento da Indonésia. Entretanto, os preços mundiais do girassol e do óleo de soja diminuíram devido à fraca procura global de importações, na sequência do aumento dos custos”, informa.
“Embora o Índice de Preços dos Alimentos da FAO tenha caído em junho pelo terceiro mês consecutivo, manteve-se próximo do máximo de março deste ano. Os fatores que impulsionaram os preços globais em primeiro lugar ainda estão em jogo “, disse o economista-chefe da FAO, Máximo Torero Cullen.
A previsão da FAO para a produção global de cereais para 2022 foi aumentada em 7 milhões de toneladas em julho (atingindo as 2 792 milhões de toneladas). Apesar disso está 0,6% aquém da produção mundial em 2021.
Relativamente aos países que necessitam de apoio externo relativamente à alimentação, a FAO nota que já são 46 países (33 em África, dez na Ásia, dois na América Latina e Caraíbas e a Ucrânia [o único europeu]).
O artigo foi publicado originalmente em Vida Rural.