O ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, defendeu hoje, em Bruxelas, que o fundo para o desenvolvimento rural possa ser usado para situações de emergência, como os graves incêndios que recentemente atingiram Portugal.
Intervindo numa sessão pública, no Conselho de Ministros da Agricultura e Pescas da União Europeia (UE), José Manuel Fernandes afirmou ser importante que o Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural (FEADER) “pudesse ter uma percentagem para emergências para, por exemplo, permitir a compra de rações para animais, o que não é possível neste momento”.
O ministro referiu ainda ser urgente reforçar o Mecanismo Europeu de Proteção Civil e uma maior rapidez na resposta a catástrofes.
O comissário europeu para a Agricultura, Janusz Wojciechowski, concordou com a necessidade de acelerar a resposta e com a mobilização da reserva agrícola para apoiar os agricultores afetados por desastres climáticos.
Também hoje através da rede social X, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, manifestou “solidariedade sincera com todos os afetados pelos devastadores incêndios florestais em Portugal”.
“Os meus pensamentos estão com as vítimas e as suas famílias”, adiantou a responsável, recordando que a União Europeia ativou o Mecanismo de Proteção Civil para prestar apoio de emergência.
Sete pessoas morreram e 177 ficaram feridas devido aos incêndios que atingiram sobretudo as regiões Norte e Centro do país e destruíram dezenas de casas.
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) contabilizou cinco mortos, excluindo da contagem dois civis que morreram de doença súbita.
A área ardida em Portugal continental ultrapassa os 124 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro já arderam mais de 116 mil hectares, 93% da área ardida em todo o território nacional.
O Governo declarou a situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios.