O ministro da Administração Interna escreveu aos presidentes de junta de freguesia a apelar à capacitação das populações para colaborar com os agentes de proteção civil no combate a fogos rurais e à limpeza de matas e terrenos.
Na carta hoje enviada à Associação Nacional de Freguesias (Anafre), o ministro José Luís Carneiro sublinha que é “fundamental” que cada um “assuma as suas responsabilidades” na prevenção e combate aos fogos florestais e na proteção de pessoas e bens quando estes aconteçam, sublinhando que “importa garantir a melhor cooperação entre as diferentes entidades e instituições locais”.
“Para o efeito, é essencial que se desenvolva uma cultura de prevenção e de alerta precoce suscetível de capacitar as populações para a adequada colaboração com os agentes de proteção civil, a estimular através da criação de sistemas de monitorização e alerta de incêndios rurais e da realização de ações de sensibilização junto das populações”, apelou José Luís Carneiro na missiva hoje enviada.
No mesmo texto frisa ainda a importância da limpeza de terrenos, matas e caminhos, da criação de faixas de proteção dos aglomerados populacionais, limpeza dos cursos de água e sensibilização para comportamentos seguros das pessoas.
Sublinhando que o período atual “é de grande exigência para todos”, o ministro reforçou junto dos presidentes de freguesia “a mensagem da importância da adoção das ações e medidas acima referidas para uma eficaz e eficiente prevenção e defesa contra os incêndios rurais, em prol da segurança e do bem-estar das comunidades que representa”.
Já hoje, em Vila Nova de Gaia, José Luís Carneiro deu conta da dificuldade do Estado em garantir este ano meios aéreos de combate aos incêndios, adiantando que a Força Aérea está no mercado à procura de soluções, mas a guerra da Ucrânia tem dificultado o objetivo.
“Até hoje estavam a operar 14 meios aéreos e hoje entraram mais 14. Faltam quatro helicópteros e dois (aviões) ‘Canadair’”, referiu.
O Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) para este ano foi apresentado em abril e contabilizava 34 meios aéreos para o período de 15 a 31 de maio, mas para hoje, segundo disse à Lusa a Força Aérea Portuguesa (FAP), estão apenas garantidos 23 meios aéreos.
De acordo com o ministro, a FAP está no mercado “a fazer tudo o que pode para conseguir contratar mais meios”.
“Falei hoje pela manhã com a senhora ministra da Defesa Nacional. O senhor presidente da Autoridade Nacional de Proteção Civil está na União Europeia com os colegas europeus para procurar ter esses meios. Tivemos 60 meios aéreos em 2022 e destinamos como objetivo chegar a 72 meios aéreos, mas não estão disponíveis no mercado”, disse o ministro.
José Luís Carneiro disse que “os meios aéreos são escassos a toda a Europa” devido à guerra que está a viver-se na Ucrânia e reiterou a ideia de que o Governo “está a fazer de tudo”.