O secretário-geral da Apritel afirma que a existência de três redes de comunicações deu segurança e resiliência nos incêndios da última semana e defende que, em caso de catástrofe, os operadores sejam considerados prioritários para receberem eletricidade.
Em entrevista ao programa Conversa Capital, da Antena 1/Jornal de Negócios, o presidente da Apritel – Associação dos Operadores de Comunicações Eletrónicas, Pedro Mota Soares, refere que em Portugal existem “em muitos sítios do país, na esmagadora maioria dos concelhos do país, três redes”.
E, apesar de críticas sobre a redundância das redes, “a verdade é que esta redundância nos dá também segurança e resiliência nomeadamente em momentos como estes”, como os incêndios recentes que assolaram o país, sublinha.
Mas, há questões que é importante resolver e para as quais ainda não houve solução, acrescenta.
“Quando num determinado território acontece uma catástrofe era muito importante que quando se está a reagir, por exemplo, os operadores de comunicações fossem considerados como prioritários para receberem energia elétrica para poderem, como é óbvio, voltar a operar em condições normais”, diz o responsável da associação dos operadores de comunicações eletrónicas.
Este é um tema, acrescenta, que “acima de tudo, [é] preciso que os reguladores se entendam para poder consagrar do ponto de vista” legislativo, “não tem de ser obrigatoriamente uma lei, mas consagrar esta prioridade”.
Porque “isto é essencial para podermos continuar a servir as populações”, insiste Pedro Mota Soares.
Sete pessoas morreram e 177 ficaram feridas devido aos incêndios que atingiram desde dia 15 sobretudo as regiões Norte e Centro do país. A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil contabiliza cinco mortos, excluindo da contagem dois civis que morreram de doença súbita.
Os incêndios provocaram, desde domingo, 135 mil hectares de área ardida, segundo o sistema europeu Copernicus e destruíram dezenas de casas.