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– 17-04-2003 |
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Guin�-Bissau : Condi��es meteorol�gicas abrem portas a crise agr�colaBissau, 16 Abr Em 2002, a colheita de caju caiu de 80 mil toneladas para 63 mil, por causa de uma inusitada altera��o das condi��es meteorol�gicas, nomeadamente a falta de frio e humidade, com uma temperatura média de 38 graus, nos meses de Janeiro a Março, �poca da flora��o. Ant�nio Nunes, presidente da Associa��o Nacional de Agricultores (ANAG) da Guin�-Bissau, disse hoje � Agência Lusa que este ano "o mesmo fen�meno está em curso, com a agravante da ocorr�ncia de fortes ventos", que deitaram por terra a flor do cajueiro, impedindo a gesta��o do fruto e da castanha. No entanto, a �rvore do caju tem capacidade para se renovar em situa��o de perda da flor pelo menos por duas vezes, mas, adiantou Ant�nio Nunes, a primeira "está completamente perdida" e, "se continuarem as actuais condi��es climatéricas, será a desgra�a completa". A castanha de caju � a principal actividade dos agricultores guineenses que aproveitam a sua colheita para se abastecerem de arroz (troca directa) e outros produtos para a sua alimenta��o ao longo do ano, bem como para a compra dos utens�lios agr�colas. A cultura do caju imp�s-se em todo o territ�rio da Guin�-Bissau a partir da d�cada de 80 levando a que os agricultores abandonassem, entre outras, as tradicionais culturas de arroz, amendoim, algod�o, borracha, e �leo de palma. Totalmente dependentes deste produto para a sua sobreviv�ncia, 2002 foi "terr�vel" e, eventualmente, 2003, pode ser mais um ano "desastroso para a economia familiar dos guineenses", acrescentou o presidente da ANAG. A esta situa��o acresce uma profunda crise econ�mica que assola a Guin�-Bissau h� quatro anos, e está a agravar-se, a ponto de alguns comerciantes portugueses com estabelecimentos em Bissau, h� v�rios anos, admitirem que as quebras nas vendas são j� superiores a 75 por cento, em rela��o a igual período de 2002. O caju, cuja principal mais valia econ�mica � a castanha, vendida na integra para a �ndia, e que representa 22 por cento do Or�amento Geral do Estado (cerca de 12 milhões de euros), tem ainda um papel importante na alimenta��o local guineense, onde o fruto � consumido, transformado em vinho e Também em sumo. A manter-se este cen�rio e porque as culturas tradicionais foram abandonadas a favor da castanha do caju, o risco de fome generalizada no país come�a a ser equacionado pelas organizações internacionais, tendo j� sido lan�ado um apelo para a necessidade de uma ajuda de emerg�ncia em cereais. Os agricultores contestam ainda as medidas introduzidas este ano pelo governo, em especial a imposi��o aos compradores oriundos da �ndia, o maior mercado mundial de caju, de não sa�rem do porto de Bissau, onde devem esperar que os exportadores locais lhes levem a castanha. Esta medida tem como objectivo defender os empres�rios nacionais da concorr�ncia indiana alegadamente para permitir posteriores investimentos no país em resultado de maiores ganhos. O presidente da Associa��o de Agricultores da Guin�-Bissau lembra que "quem tem capacidade financeira são os indianos e se estes são obrigados a ficar no porto, corre-se o risco de não haver dinheiro para comprar a castanha de caju aos agricultores, podendo estes verem-se com o produto de um ano de trabalho nas m�os sem terem quem o compre". Ant�nio Nunes diz que os produtores não estáo contra esta medida, apenas acham que a actual descapitaliza��o dos empres�rios locais, "por causa da profunda crise econ�mica, desaconselha este tipo de imposi��es".
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