Portugal tem hoje 48% do território em situação de seca severa a extrema, exigindo mais ficalização do uso indevido da água e suspensão das licenças emitidas em 2023 para o aquífero do Sado.
A barragem de Odelouca, no Barlavento algarvio, vai ser alvo de um investimento de cinco milhões de euros, oriundos do Fundo Ambiental, com o objectivo de “reforçar em 25 hectómetros cúbicos aquela que é a capacidade da albufeira”, anunciou nesta sexta-feira Duarte Cordeiro, ministro do Ambiente e da Acção Climática, numa conferência de imprensa sobre a seca.
“É uma barragem cuja capacidade não corresponde ao volume disponível”, explicou o responsável da tutela, na conferência de imprensa após a 16.ª reunião da Comissão Permanente de Prevenção, Monitorização e Acompanhamento dos Efeitos da Seca. O objectivo é que o projecto esteja concluído “no prazo de um ano” e contribua para a “eficácia do aproveitamento das albufeiras do Algarve”.
Durante a conferência, o governo teceu “um elogio ao sector agrícola”, invocando que as medidas de redução do consumo de água no Algarve “produziram efeito”.
“Foi feito no conjunto do consumo da água no Algarve uma redução, face ao consumo do ano anterior, de cinco hectómetros cúbicos, uma redução que está a ser obtida essencialmente pelos resultados das medidas adoptadas no sector agrícola”, referiu Duarte Cordeiro.
O ministro sublinhou que, apesar das dificuldades impostas pela seca, o país está “numa situação de arranque de ano hidrológico melhor do que estava no ano passado”. Portugal tem actualmente 48% do território em situação de seca severa a extrema, contra 100% no ano passado nesta época do ano.
“Neste momento, temos 72% de capacidade das nossas albufeiras, que compara com 58% que tínhamos em Agosto do ano passado e que compara com 57% que tínhamos em Outubro”, referiu o ministro da tutela, ressalvando, contudo, que “a situação no país é muito assimétrica”. O Algarve, por exemplo, tem menos capacidade este ano do que apresentava em 2022.
Redução do consumo no Sotavento
A adopção de medidas de condicionamento da utilização da água para fins agrícolas na zona do Sotavento, no Algarve, resultou até agora numa redução do uso de 14%, referiu Duarte Cordeiro. O objectivo pretendido era uma redução de 20%. “Conseguimos também alargar a utilização de água reciclada para a rega de campos de golfe naquele território”, acrescentou Duarte Cordeiro.
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