O primeiro-ministro da Grécia, Kyriakos Mitsotakis, garantiu que destinará 500 milhões de euros à recuperação e reflorestação das zonas afetadas pelos incêndios, que durante uma semana arrasaram dezenas de milhares de hectares no país.
“A magnitude do desastre, especialmente em Eubeia e Ática, ensombra os nossos corações. Em primeiro lugar, peço desculpas por qualquer fragilidade que tenha ocorrido”, lamentou na segunda-feira Mitsotakis, que disse compreender a dor e a raiva das vítimas, adiantando que a prioridade é encontrar soluções.
Mitsotakis explicou que parte dos 4.000 milhões de euros recebidos hoje, como primeiro avanço do Plano de Recuperação e Resiliência da Comissão Europeia, será aplicada da reflorestação, principalmente na ilha de Eubeia, a segunda maior do país, e na região de Atenas, mais concretamente em Ática, as duas áreas mais afetada pelos incêndios.
Também indicou que, se necessário, haverá uma ajuda europeia adicional para dar resposta à catástrofe, cujos danos ainda estão por calcular.
Hoje, espera-se que o governo helénico anuncie os apoios e as medidas específicas de apoio às vítimas e para a recuperação das zonas devastadas pelos 586 incêndios registados nos últimos dias no país.
No entanto, Kyriakos Mitsotakis assegurou que a reflorestação será feita de forma ponderada e científica, com a plantação de diferentes espécies de árvores que retardam a propagação dos incêndios, depois de se verificar que a propagação dos fogos se deve ao predomínio do pinheiro nas florestas gregas.
Embora a maioria dos incêndios já tenha sido dominada, em Eubeia a situação continua dramática, com fogos nas zonas montanhosas, ressurgimentos de focos e populações retiradas das suas casas, mesmo sabendo que os bombeiros e os voluntários conseguiram controlar a grande frente que consumiu um terço da ilha.
Em várias mensagens publicadas hoje à tarde na rede social Twitter, Kyriakos Mitsotakis acrescentou que todos aqueles que foram afetados pelos incêndios, perdendo casas e propriedades, vão ser indemnizados.
“Aqueles que perderam casas e propriedades serão indemnizados. Os danos já começaram a ser registados. A burocracia será verificada. E as primeiras compensações serão pagas de imediato, com uma simples aplicação numa única plataforma eletrónica”, lê-se numa mensagem.
Culpabilizando a crise climática pela durabilidade dos fogos no país, Mitsotakis agradeceu o apoio de vários países que combatem os incêndios na Grécia, com recursos e operacionais.
“Agradeço a solidariedade. Acima de tudo, porém, sou grato a todos aqueles que combatem no terreno. Eles lutam contra um fenómeno natural que muitas vezes ultrapassa os seus poderes. E, no entanto, eles não desistem”, observou.
A exaustão por que estão a passar as forças de combate aos fogos na Grécia fez com que o governo solicitasse ajuda ao sistema de apoio de emergência da União Europeia.
Bombeiros e aeronaves chegaram da França, Ucrânia, Chipre, Croácia, Suécia e Israel, e no domingo terão chegado operacionais da Roménia e Suíça.
De acordo com o Observatório Nacional de Atenas, nos últimos sete dias, pelo menos 65 mil hectares arderam, naquela que é considerada a maior catástrofe ecológica recente do país.
No total, 46 mil hectares foram destruídos em Eubeia, oito mil no norte de Atenas e 11 mil na Lacónia, no sul da região de Peloponeso. Os incêndios já provocaram duas mortes.