O secretário da Agricultura dos Açores, António Ventura, defende que a região, com 451 apicultores, deve ter como meta “produzir mais mel”, uma vez que vende todo o que é produzido, segundo uma nota de imprensa divulgada hoje.
Segundo a nota, no domingo, durante o seminário “Apicultura em Modo de Produção Biológico”, que se realizou na Praia da Vitória, na ilha Terceira, António Ventura destacou que a apicultura nos Açores assume uma “importante atividade multifuncional e de sustentabilidade futura”, além de contribuir para a “diversificação da economia regional”.
A região tem neste momento 451 apicultores distribuídos por todas as ilhas, 11 melarias, cerca de 1000 apiários e mais de sete mil colmeias e produziu, em 2021, 8.146 quilogramas de mel com a Denominação de Origem Protegida (DOP).
Durante o seminário, organizado pela BioAzórica, António Ventura anunciou que a meta da região para o setor é “produzir mais mel, pois todo o mel produzido é vendido”.
“Temos uma DOP para o mel e temos o único mel de incenso do mundo”, declarou o governante, citado na nota, salientando que “interessa, pois, criar melhores incentivos, desde logo, a nível de fundos comunitários, para uma nova atratividade produtiva”.
O titular da pasta da Agricultura referiu ainda que existe um “amplo campo de ação que falta desenvolver” na investigação científica e nas potencialidades dos produtos derivados da abelha.
Por isso, acrescentou, um dos desafios dos próximos tempos será “identificar e apoiar as oportunidades dos produtos da abelha na área da medicina e da alimentação humana”.
O responsável adiantou igualmente que o Governo Regional vai voltar a entregar na Assembleia Legislativa Regional uma iniciativa, “acordada com a Federação Agrícola dos Açores”, para que os apicultores sejam também “beneficiários do gasóleo agrícola”.
Além disso, acrescentou, está também em debate no parlamento regional uma proposta de alteração ao Decreto Legislativo Regional 24/2007/A, de 07 de novembro, “tornando-o mais simples, com maior reconhecimento da atividade e com maior valorização do produto”.
António Ventura explicou que as alterações são várias e contemplam novas posturas, como a “redução mínima entre apiários de 500 para 250 metros, a introdução de apiários para autoconsumo, a alteração dos critérios para a composição do mel, da sacarose e do índice diastásico e um maior controlo de doenças.”
Para além dos produtos que resultam da exploração das abelhas, como o mel, cera, pólen, própolis, geleia real e veneno, a atividade também contribui para a proteção ambiental, para a preservação da biodiversidade e para a melhoria das produções agrícolas e florestais, através da ação polinizadora das abelhas produtoras de mel.