O INE divulgou as Estatísticas Agrícolas 2020. Os resultados apuraram uma produção total de carne na ordem das 902 mil toneladas, refletindo praticamente uma manutenção (-0,1%) face a 2019, com uma redução de 0,9% do total de carne de reses (493 mil toneladas, incluindo a carne de bovinos, suínos, ovinos, caprinos e equídeos), contrabalançada por um acréscimo idêntico (+1,1%) da produção de carne de animais de capoeira (inclui galináceos, perus e patos), cujo volume total atingiu as 393 mil toneladas.
A carne de suíno totalizou 380 mil toneladas em 2020, um decréscimo de 2,1% em relação a 2019, que ficou a dever-se às reduções na categoria leitões (-10,2%) e porcos de engorda (-2,5%), tendo sido o volume de reprodutores abatidos significativamente superior ao registado no ano transato (+38,4%).
Estes números revelam algum impacto da pandemia, especialmente no subsetor da carne de leitão, particularmente afetado pelo encerramento da restauração. O consumo de carne de porco pelas famílias teve um pico pontual depois do aparecimento da pandemia COVID-19 e das primeiras medidas de confinamento, com os consumidores a fazerem stocks em casa, mas a partir do segundo trimestre registou uma descida. Acresce a suspensão da atividade de alguns matadouros que procederam ao abate de suínos, em particular de unidades de abate de leitões, agravada pela descida de preços ocorrida no segundo semestre de 2020 (-14,9%). A variação anual do índice de preços à produção para os suínos resultou num decréscimo de 1,2% face a 2019.
De acordo com a mesma entidade, em Portugal, a Produção de Suínos totalizou 383.217 t em 2018, 387.918 t em 2019 e 379.832 t em 2020*. Destes, a Carne representou 249.091 t em 2018, 252.147 t em 2019 e 246.890 t em 2020*. Já no que respeita ao Toucinho, o relatório do INE apurou 134.126 t em 2018, 135.771 t em 2019 e 132.942 t em 2020*. Também a Banha de Porco registou uma trajetória descente no ano passado, atingindo 42.154 t em 2018, 42.672 t em 2019 e 41.782 t em 2020*.
*valor provisório