Os 140 operacionais portugueses da Força Nacional Conjunta que partiu hoje para o Canadá estão preparados para combater qualquer tipo de incêndios florestais, disse hoje aos jornalistas Armando Silva, do Comando Regional do Norte da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil.
“Estamos preparados para toda a tipologia de combate a fogos florestais”, disse aos jornalistas Armando Silva, 2.º comandante regional de Emergência e Proteção Civil do Comando Regional do Norte, na altura do embarque dos 140 operacionais que constituem a Força Nacional Conjunta que vai ajudar a combater os fogos no Canadá.
Os portugueses partiram hoje do aeródromo militar de Figo Maduro, em Lisboa, num voo comercial que vai ainda fazer escala em Espanha.
O contingente espanhol de 97 operacionais vai viajar com a Força Nacional Conjunta (FOCON), num aparelho que partiu de Lisboa, pelas 09:20, com algum atraso face à hora prevista.
O Canadá está a ser afetado por uma vaga de grandes incêndios florestais, sendo que os 140 operacionais portugueses vão intervir na província do Quebeque.
De acordo com Armando Silva, a força vai operar durante um período de 15 dias, “sem prejuízo de uma análise que prolongue ou antecipe” a missão.
Neste momento, ainda não foram comunicados pelo Canadá os detalhes operacionais, esperando-se uma reunião à chegada à província do Quebeque que vai determinar com exatidão o local e o tipo de operações em que vão estar destacados os 140 portugueses.
“Temos valências e temos elementos com capacidade para trabalharem com ferramentas manuais e moto manuais, temos capacidade para combate helitransportado. Levamos uma equipa do Instituto Nacional de Emergência Médica para nos garantir sustentação em termos de serviços médicos. Estamos preparados para toda a tipologia de combate a fogos florestais”, sob o comando do Canadá, sublinhou Armando Silva.
A FOCON e a força espanhola vão estar presentes no combate aos incêndios no Canadá ao abrigo do Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia.
A força portuguesa integra elementos da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), da Força Especial de Proteção Civil (FEPC) da ANEPC, da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPS) da GNR, do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), elementos das corporações de bombeiros da Região Centro e da Região Autónoma da Madeira, e do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
Presente no momento do embarque, o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, recordou que cerca de 400 fogos afetam nesta altura três milhões de hectares em vários pontos do Canadá.
O território canadiano é constituído por dez províncias e os fogos atingem sobretudo e Alberta, Saskatchewan, Nova Escócia e Quebeque.
José Luís Carneiro recordou as recentes missões das forças portuguesas na Turquia e no Chile e referiu-se ao Canadá como um país unido a Portugal por laços históricos, sociais e culturais onde vive mais de meio milhão de portugueses e lusodescendentes.
“Unem-nos ao Canadá laços muito importantes, laços históricos, laços sociais, laços culturais que fazem com que estejamos irmanados na nossa forma de entender e compreender o mundo e muito particularmente na forma como vivemos o valor da solidariedade”, disse José Luís Carneiro.