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– 16-10-2004 |
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FAO apela à protecção da biodiversidade no Dia Mundial da AlimentaçãoRoma, 15 Out A FAO, que comemora também o 59º aniversário da sua fundação, quis sublinhar a importância "vital" da variedade de espécies animais e vegetais para garantir que todas as pessoas tenham acesso a alimentos suficientes e de alta qualidade. Segundo a FAO, no último século perderam-se três quartos da diversidade genética agrícola, enquanto que das cerca de 6.300 espécies animais conhecidas, 1.350 estão em vias de extinção ou já desapareceram. O lema escolhido para comemorar este Dia Mundial da Alimentação, "a biodiversidade ao serviço da segurança alimentar", reflecte "a riqueza que a diversidade significa para o planeta e nela reside a chave para acabar com a fome", disse hoje o director-geral da FAO, o senegalês Jacques Diouf. Durante uma cerimónia realizada em Roma, onde fica a sede do organismo, Diouf sublinhou a necessidade e o direito de todas as pessoas a "uma alimentação diversificada e nutritiva". "Este é também um sinal de alarme", frisou, porque apenas 12 espécies cultiváveis e 14 espécies animais proporcionam na actualidade quase todos os alimentos do mundo. Na realidade, metade da energia de origem vegetal consumida provém – de acordo com a FAO – de quatro espécies: trigo, milho, arroz e batata. A variedade de cultivo é a chave para a sobrevivência de muitas famílias rurais, uma vez que "permite explorar terras marginais e alcançar um nível mínimo de produção de alimentos, mesmo em condições extremamente desfavoráveis", explicou. "É preciso que a conservação da biodiversidade agrícola do planeta seja vista como um esforço comum no qual devem participar agricultores, investigadores comerciais e comunidade científica", acrescentou. Um dos objectivos delineados pela FAO para o milénio é a redução para metade do número de pessoas que têm fome no mundo até 2015, o que ao ritmo actual só será conseguido no ano 2150, segundo os dados da FAO, que hoje voltou a lembrar que 840 milhões de pessoas continuam a sofrer de fome em todo o mundo. Por seu lado, o Programa Alimentar Mundial (PAM), agência das Nações Unidas responsável pela distribuição, lançou um apelo para que não sejam esquecidas as centenas de milhar de pessoas que passam fome em todo o mundo e cuja situação é muitas vezes esquecida pelos meios de comunicação social, ocupados com outras situações de maior destaque. O director executivo do PAM, James Morris, sublinhou que por cada criança esfomeada que aparece nos títulos dos media, existem milhares de pessoas que não são mencionadas. Também o papa João Paulo II defendeu hoje um desenvolvimento "sustentável e solidário" para combater a fome e a subnutrição no mundo. Para João Paulo II, a biodiversidade é fundamental para a luta contra a fome, mas advertiu que a sua gestão "requer consideração de carácter ético e não apenas técnico e científico, embora estes últimos sejam indispensáveis". A soberania sobre os recursos existentes nas diferentes partes do mundo "não pode ser exclusiva, nem transformar-se em causa de conflitos, mas deve ser exercida segundo as regras naturais da humanidade que regem a convivência entre os diferentes povos", sublinhou. O Dia Mundial da Alimentação assinala-se em mais de 150 países e marca o aniversário da fundação da FAO, em 1945.
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