Dizem que dantes é que foi bom pois envolviam-se as autarquias e as populações locais. Desculpem-me o plebeísmo: tretas. Não conheço um autarca satisfeito com o paternalismo dos sábios, e 20% da população “envolvida” fugiu.
Há dias, um conjunto de cavalheiros escreveu neste jornal que a política de cogestão para as áreas protegidas era o seu fim.
Procurarei explicar porque assim não é.
Começo por contrariar uma ideia, a do propalado sucesso do passado. É de facto uma falsidade. Nunca se investiu o necessário. Estas áreas, com paisagens humanizadas, perderam 20% da população numa década porque nada foi feito, muito menos a boa política invocada para manter as atividades humanas que geravam biodiversidade. A ria Formosa encheu-se de casas clandestinas. Os eucaliptais invadiram uma parte dos territórios protegidos. Os diretores dos parques funcionaram como autarcas não eleitos dispondo do território muito para além da proteção dos seus valores naturais (nem todos, é evidente).
Depois veio o absurdo centralismo na gestão, a penúria do investimento dos governos da direita, tempo que os autores do artigo não louvam, mas que omitem por completo.
Era evidente, no início do nosso mandato, que tinha de ser edificada uma nova política. Não servia a do passado recente, não havia um indicador de sucesso dos tempos anteriores, os glosados pelos autores, que também não sabem exemplificar.
E assim fizemos.
Foi estabelecida uma estratégia […]