O setor agropecuário do Brasil vai terminar 2024 com um crescimento de cerca de 2%, após dois anos de recessão, e a previsão para 2025 é de 5%, segundo projeções divulgadas hoje pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA).
“Esperávamos encerrar com PIB negativo, mas vamos encerrar o ano com 2% positivo”, disse o presidente da CNA, João Martins, em conferência de imprensa, citado pela imprensa brasileira.
O dirigente referiu que, depois das quebras sofridas pela, de 1,8% em 2022 e de 3,7% em 2023, o setor conseguiu “uma recuperação impressionante” em 2024, apesar de ter sofrido este ano a pior seca da história do Brasil, a maior economia da América Latina.
A CNA esperava inicialmente que a produção agrícola aumentasse para 340 milhões de toneladas, mas disse que a seca extrema frustrou as expectativas e limitou a produção a 298 milhões de toneladas.
A queda na produção agrícola foi compensada por um aumento de 6,6% na produção de carne para 11,5 milhões de toneladas.
No entanto, para o próximo ano, prevê-se que a produção agrícola aumente 8,2%, para 322,5 milhões de toneladas, e que a produção de carne diminua 3,3%, para 11,15 milhões de toneladas.
“Tivemos um ano muito difícil, com uma seca nunca vista, de cinco meses. Além disso, houve a catástrofe no Rio Grande do Sul, que destruiu grande parte da área plantada”, recordou o responsável.
A forte recuperação prevista para o próximo ano será o resultado, segundo a organização, de melhores condições climatéricas, que permitirão que a produção de soja aumente 12,4%, para 166 milhões de toneladas, e a de milho 3,6%, para 120 milhões de toneladas.
Na mesma ocasião, o diretor técnico, Bruno Lucchi, frisou que os riscos para o ano se prendem com a desvalorização do real, que pode encarecer a importação de insumos e produtos como fertilizantes e os desafios relacionados com a possibilidade de o Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, aumentar as tarifas sobre produtos brasileiros.