Já é possível medir e classificar, de forma voluntária, a pegada ambiental dos alimentos para animais. A conclusão é do projeto-piloto PEFMED (Mediterranean Product Environmental Food Print), o único a nível europeu realizado na área da alimentação animal pela IACA – Associação dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais.
O consumidor final e as empresas de pecuária, a quem a maioria do seu produto se destina, poderão, em breve, dispor de mais uma ferramenta para minimizar o seu impacto ambiental. Esta é uma das respostas do setor a um recente estudo da IACA, que veio revelar que 77% dos portugueses consideram que o setor da alimentação animal é relevante para o país e que é importante reduzir a pegada ambiental.
A realização do projeto, bem como a partilha da informação com agentes da cadeia de valor e com a opinião pública, insere-se na visão 2030 da Associação, que, no ano do seu 50º aniversário, divulga a sua aposta numa atuação sustentável do setor.
O PEFMED é realizado no âmbito das atividades da FEFAC (Federação Europeia dos Fabricantes de Alimentos Compostos para Animais), que desenvolveu uma metodologia para a medição da pegada ambiental, a única aprovada pela Comissão Europeia na área da alimentação animal.
O Projeto-piloto foi realizado numa empresa portuguesa e considerou os impactos de um produto ao longo do seu ciclo de vida, desde o cultivo e aprovisionamento de matérias-primas, passando pela transformação, transporte e utilização, até à eliminação e reciclagem.
Partindo deste projeto, foi possível organizar os produtos em diferentes níveis de classes, à semelhança do que já acontece em outros produtos, como as lâmpadas ou os eletrodomésticos, dando ao consumidor ferramentas para que as suas escolhas possam, no médio e longo prazo, premiar as produções mais sustentáveis e aos produtores formas de reduzirem a pegada dos seus produtos.
A visibilidade que este ano se dá às preocupações ambientais do setor assentam numa política de atuação que premeia a economia circular que está na sua génese desde há mais de 50 anos, sendo uma indústria que utiliza e valoriza coprodutos provenientes das indústrias agroalimentares, como a sêmea de trigo ou os bagaços de oleaginosas, e que representam 40% do seu aprovisionamento.
A promoção da produção sustentável num setor em que 30% dos alimentos compostos para animais já são produzidos de acordo com certificações ambientais voluntárias vem ao encontro das exigências dos portugueses, num estudo* realizado entre 9 e 20 de fevereiro de 2019. O Inquérito revela que 77% dos portugueses consideram que o setor da alimentação animal é relevante para o país e que é importante reduzir a pegada ambiental do mesmo e que 81% dos portugueses concordam que a agricultura, a atividade pecuária no geral e a produção de alimentos para animais são um motor de desenvolvimento do interior de Portugal. Na mesma auscultação 84% da população portuguesa considera que o investimento e modernização das empresas de produção pecuária no interior do país devem ser promovidos e acelerados e 82% pensam que o setor da alimentação animal é importante para o país, mesmo não sabendo (62%) que emprega cerca de 3.500 trabalhadores e que gera (63%) um volume de negócios acima dos mil milhões de euros.